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Clinton diz ter acordo para baixar preços do petróleo
Do Diário do Grande ABC
07/09/2000 | 18:20
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O presidente Bill Clinton disse esta quinta-feira que conseguiu o apoio do príncipe herdeiro saudita, Abdallah ben Abdel Aziz, para um aumento da produçao petrolífera dos países da OPEP para provocar uma baixa do preço do barril.

"Disse ao príncipe que os preços do petróleo estavam muito altos tanto para os Estados Unidos como para o restante do mundo, e que se isso provocasse uma recessao em alguma parte do mundo prejudicria os países produtores de petróleo. Ele concordou com isso", disse Clinton.

As cotaçoes do petróleo superaram amplamente o patamar dos US$ 35 por barril quinta-feira no mercado de futuros de Nova York. É o preço mais alto em dez anos, apesar do aparente apoio da Arábia Saudita para uma alta da produçao pela OPEP.

O barril de referência, light sweet crude, para outubro, ganhou US$ 0,49 e fechou a US$ 35,39. A cotaçao tinha subido na véspera US$ 1,07 e fechado a US$ 34,90. É o maior preço do petróleo desde a invassao do Kuwait pelo Iraque em 90.

O corretor da Prudential Bache, David Nesbitt disse que o mercado foi influenciado por rumores de que o príncipe herdeiro saudita prometeu a Clinton que a Organizaçao dos Países Exportadores de Petróleo decidiria domingo em Viena aumentar para 700 mil barris/dia sua produçao.

Desta vez os operadores parecem decididos a julgar pelos fatos. "Os sauditas mostraram no passado incapacidade para executar promessas", disse um analista da Refco Energy.

A Arabia Saudita disse em julho que aumentaria sua produçao em 500 mil b/d se os preços se mantivessem altos, mas o mercado diz que o aumento de oferta foi de só 250 mil b/d, a metade do prometido.

Mesmo um aumento das cotas da OPEP de 700 mil b/d pode ser insuficiente para acalmar o mercado, avaliam especialistas.

O anúncio de um número maior também pode ser ineficaz para baixar o preço, este efeito só viria após um ou dois meses da efetivaçao de um eventual acordo da OPEP. A alta das cotaçoes do petróleo, 50% acima do ano passado, se origina nas baixas do estoque dos EUA, tanto de petróleo bruto quanto de refinados, além da especulaçao no mercado de futuros, segundo os analistas.




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