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Esquema de sonegação fiscal desviou R$ 1 bi de cofres do RJ
Da Agência Brasil
28/11/2007 | 22:44
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Vinte e cinco pessoas foram presas em uma operação deflagrada nesta quarta-feira pelo Ministério Público para combate à sonegação fiscal no Rio de Janeiro. Entre os presos, estão dez fiscais da Receita estadual. Outras seis ainda estão sendo procuradas.

O Ministério Público estima que foram desviados cerca de R$ 1 bilhão, um montante três vezes maior do que o sonegado pelo chamado propinoduto, um esquema de corrupção na Fazenda do Rio investigado em 2002.

Entre as acusações contra os fiscais estão o fato de que eles estariam facilitando a sonegação dos impostos pelas empresas e até mesmo prestando consultoria para elas, ensinando artifícios para que elas pudessem enganar o fisco.

Prejuízo - Segundo o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, a operação foi a maior já ocorrida no país contra esse tipo de crime.  “Em 2006, quando tínhamos ainda a Secretaria da Receita, firmamos um convênio com o Ministério Público com o objetivo de proceder um combate sem tréguas contra a sonegação. Delineou-se esta operação, que é uma operação muito grande, talvez a maior ocorrida do gênero no país”, informou Marfan Vieira.

Na opinião do secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, esse tipo de crime causa mais danos do que os crimes comuns, como os assaltos.  “O Ministério Público tem em suas mãos provas concretas para tirar do comércio do Rio de Janeiro pessoas que praticam esse crime, que eu considero crime silencioso, talvez muito mais danoso do que os crimes do asfalto que estamos acostumados a ver”, disse o secretário.  

Envolvidos - O fiscal Francisco Roberto da Cunha Góes, apontado como principal envolvido no esquema, foi acusado de vender uma casa, no valor de R$ 4 milhões  para o narcotraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía.

Além dos dez fiscais presos, há mais um, que não foi encontrado pela Polícia. Os outros suspeitos de participar do esquema são seis empresários e sete contadores. Todos estão sendo acusados de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e sonegação fiscal.

Foram apreendidos na casa de um dos fiscais cerca de R$ 290 mil. Também foram apreendidos automóveis e uma lancha e foi decretado o bloqueio das contas dos suspeitos. Segundo o Ministério Público, os valores apreendidos são incompatíveis com os salários, que hoje variam entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.




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