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FHC e premiê de Portugal defendem difusao do português
Do Diário do Grande ABC
10/05/2000 | 19:11
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O presidente Fernando Henrique Cardoso e o primeiro-ministro de Portugal, Antônio Manuel de Oliveira Guterres, defenderam quarta-feira, durante uma videoconferência sobre o futuro da língua portuguesa, a necessidade manter o apoio ao ensino do português em Timor Leste e de ampliar os conteúdos nesta língua na Internet.

Eles ressaltaram ainda a importância de se aumentar os investimentos em países africanos de língua portuguesa. Representantes dos dois países participaram do encontro virtual.

"Espero que em nosso próximo encontro, possamos discutir uma forma de multiplicar por mil os conteúdos em português na Internet, a rede onde o essencial das relaçoes mundiais se vai fazer", afirmou o primeiro-ministro português, referindo-se à sua vinda ao Brasil, no dia 7 de setembro, para as comemoraçoes da Independência do país.

"E precisamos continuar o esforço que nossos ministros da Educaçao estao desenvolvendo para trabalhar em conjunto para apoiar o ensino do português ao povo irmao do Timor Leste."

Fernando Henrique afirmou que os brasileiros estarao junto com os portugueses na difusao da língua e no treinamento dos timorenses. "Esperamos também multiplicar os esforços para termos uma ligaçao mais forte com a Africa", ressaltou. "Teremos oportunidade de desenhar programas de apoio à Africa na próxima reuniao de cúpula dos países de língua portuguesa."

Guterres lembrou que tanto Portugal quanto Brasil têm feito esforços isolados na Africa, mas passarao a trabalhar em conjunto. "Juntos somos capazes de trabalhar sério e profundamente no apoio ao desenvolvimento de nossos países irmaos africanos", disse o português.

O presidente brasileiro falou ainda sobre a melhor forma de ampliar a presença da língua portuguesa no mundo. "Vamos ampliar a presença da língua portuguesa através dos meios mais modernos de comunicaçao, como a Internet e a televisao, essa evoluçao fascinante que está permitindo isso que estamos assistindo agora", disse, referindo-se à tecnologia capaz de garantir uma videoconferência.

Fernando Henrique e Guterres, cada um em seu país, conversaram durante mais de dez minutos. O primeiro-ministro português afirmou que o presidente brasileiro é "o melhor homem de estado da América Latina". Fernando Henrique, por sua vez, ressaltou as boas relaçoes entre Brasil e Portugal, apesar da colonizaçao.

Representantes da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Academia de Ciências de Lisboa também participaram da videoconferência. Alguns acadêmicos defenderam a volta do ensino de latim nas escolas - prática abolida tanto no Brasil quanto em Portugal. "Isso parece reacionário, conservador, mas é importante até para o aprendizado do inglês, que é repleto de latinismos", afirmou o acadêmico português Américo Costa Ramalho.

Já a acadêmica brasileira Nélida Piñon ressaltou a importância de nao se temer ajustes contemporâneos à língua. "Em nome da defesa da língua, nao podemos asfixiá-la, deixá-la amarrada em espartilhos", disse.

A videoconferência marcou o início das operaçoes do Cabo Submarino de Fibras Opticas Internacional Atlantis 2 - que, com 12 mil quilômetros de extensao, interliga a América do Sul, a Europa e a Africa, aumentando a capacidade nas comunicaçoes brasileiras de longa distância.

O Atlantis 2 teve um custo total de US$ 370 milhoes e é resultado de um consórcio internacional do qual Brasil e Portugal sao signatários.




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