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Israel prepara operações militares na Faixa de Gaza
Da AFP
24/09/2005 | 10:20
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Israel se preparava neste sábado para lançar operações militares na Faixa de Gaza, em resposta ao disparo de foguetes palestinos contra o seu território. Este é o momento mais tenso desde o fim da retirada israelense, no último dia 12.

O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, ordenou que o Exército realize uma série de operações militares na Faixa de Gaza, e destrua a infra-estrutura dos grupos radicais, anunciou a rádio pública do país. Mofaz determinou uma ofensiva contra a infra-estrutura do Hamas e da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo uma ofensiva aérea contínua, além de concentrar tropas perto do setor norte de Gaza, informou a rádio. A decisão foi tomada durante uma reunião com autoridades da área de Defesa e do Exército.

Pouco tempo depois, duas fortes explosões, causadas por caças israelenses F-16, que romperam a barreira do som, foram ouvidas em Gaza, segundo o Ministério palestino do Interior.

O Exército israelense impôs a partir deste sábado um bloqueio total dos territórios palestinos, anunciou seu porta-voz. A medida refere-se à Cisjordânia e Faixa de Gaza - cujos pontos de passagem para o território israelense foram fechados - e às localidades palestinas do Vale do Jordão. O bloqueio foi imposto após o bombardeio intenso do território israelense que aconteceu durante a noite a partir da Faixa de Gaza, e que deixou cinco feridos em Sderot, disse o porta-voz do Exército.

Israel respondeu aos bombardeios com ataques aéreos à Faixa de Gaza, dirigidos a unidades de fabricação de armamentos do grupo islâmico Hamas. Helicópteros de combate fizeram nesta manhã ataques que tinham como alvo duas destas unidades do Hamas em Gaza, e uma em Jabaliya. Três palestinos ficaram feridos.

"A responsabilidade de impedir ataques terroristas contra alvos israelenses é da Autoridade Palestina", afirmou o Exército. Pelo menos 21 foguetes foram lançados contra o setor, informaram fontes militares. Mas as organizações Hamas, Jihad Islâmica e os Comitês de Resistência Popular, que reivindicaram a autoria dos disparos, deram conta de 35 foguetes.

Este foi o maior ataque palestino desde a retirada israelense da Faixa de Gaza, que pôs fim a 38 anos de ocupação. Antes, o Hamas acusou Israel de estar por trás da explosão de ontem em Jabaliya, que deixou 15 mortos e 80 feridos durante um desfile militar.

Nizar Rayan e Ahmad Ghandur, líderes do movimento, justificaram a acusação exibindo, em entrevista coletiva, o que apresentaram como restos de míssil em um dos feridos. Mas o Fatah, movimiento do líder palestino, Mahmud Abbas, responsabilizou o Hamas pelas vítimas da explosão: "Já havíamos alertado que esse tipo de desfile militar é perigoso para o nosso povo, e combinado com os diversos grupos armados que eles teriam que acabar".

O Hamas anunciou o cancelamento de uma exposição de armas, e as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, de um desfile militar, previstos para este sábado em Gaza. O Exército israelense negou qualquer envolvimento no incidente em Jabaliya.




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