Os tradicionais bailes dos clubes Aramaçan, em Santo André, e Volkswagen, em São Bernardo, foram os que mais atraíram público na noite de sábado. A folia do Aramaçan foi a mais animada do Grande ABC. Embalados por axé, marchinhas e sambas-enredo, cerca de seis mil jovens, com idade média de 18 anos, participaram do Carnaval da Paz. “Até o fim do Carnaval, esperamos reunir 30 mil pessoas”, afirmou o vice-presidente social, José Eduardo Barbosa.

O Volkswagen Clube registrou o segundo maior público no sábado. Aproximadamente 1,1 mil pessoas, das mais variadas idades, foram monitoradas por quarenta seguranças. Contrário à idéia de que o Carnaval de salão tende a desaparecer, o presidente do Clube, Lauro Gilmar Teixeira, disse que no Volks esta possibilidade está longe de acontecer. “Temos um público fiel e se considerarmos a baixa faixa etária que participa dos bailes, teremos público para muitos anos ainda.”

O clima familiar tomou conta do salão. A estudante Áurea Cristina Favero, 14 anos, caiu na folia no Clube com mais seis amigas vestidas de bebê (com pijama e chupeta). “O Carnaval daqui é o melhor do ABC”, disse. “Aqui temos como soltar toda a alegria que temos dentro de nós”, afirmou Sotiris Fernandes, 15 anos, amiga de Áurea.

O Carnaval do Clube Icaraí reuniu um público diferenciado, com pessoas de mais idade, atraídas pela variedade dos ritmos musicais, que foram desde as tradicionais marchinhas até bolero. O proprietário do clube, José Vicente Guerra, afirmou que a intenção é manter o público cativo e atrair novos freqüentadores. “Queremos manter a tradição do público e por isso fazemos essa alternância de ritmos”, disse.

O casal Wladimir de Barros Barbosa, de 75 anos, e Miriam Barbosa, de 69 anos, passa o Carnaval no Icaraí desde o primeiro baile do Clube, há nove anos. “Venho aqui porque é mais tranqüilo. Tenho 66 anos de Carnaval”, afirmou Barbosa, que incentivou a mulher para a folia.

No Carnaval no Velho Oeste, promovido pela Associação dos Funcionários Públicos, os únicos foliões que se arriscaram a fantasiar-se de caubóis, ficaram decepcionados. Foram os casos da nutricionista Priscilla Spolon, 22 anos, que veio da Moóca com mais 12 amigos vestidos à caráter e da auxiliar de enfermagem Ângela Maria da Cunha Dias, 43 anos. “Me sinto como se estivesse no baile errado, mas já que estou aqui vou aproveitar”, afirmou Ângela.

Público – A animação nos bailes do Grande ABC ficou abaixo do esperado na noite de sábado. Com exceção dos clubes Aramaçan e Volkswagen, os salões registraram um pequeno público de foliões.

O Carnaval do clube GM foi um dos mais fracos do Grande ABC. Com capacidade para 3,5 mil pessoas, o clube reuniu, segundo a bilheteria, apenas 700 foliões na noite de sábado, que ainda ficaram dispersos entre os dois palcos montados para a festa. O Carnaval Azulão não conseguiu o mesmo sucesso do time da cidade.