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Presidente do Equador denuncia conspiraçao contra ele
Do Diário do Grande ABC
15/07/1999 | 17:47
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O presidente do Equador Jamil Mahuad, enfrentando grande convulsao social, decidiu anular um aumento do preço da gasolina, mas também denunciou uma conspiraçao contra seu governo, que enfrenta uma greve nacional que mantém o país semiparalisado há 10 dias.

Os dirigentes sindicais decidiram levantar a greve apenas depois que Mahuad anunciar até quando manterá congelado o preço da gasolina. A oposiçao pediu que seja por dois anos, mas o governo disse que seria até dezembro.

Quito e outras cidades continuavam nesta quinta-feira pelo décimo dia consecutivo sem transporte público com a populaçao sendo obrigada a ir para o trabalho a pé, de bicicleta ou caminhao. A polícia dispersou com bombas de gás lacrimogêneo esporádicas manifestaçoes de rua.

Centenas de camponeses índios chegaram a Quito como participantes de uma marcha de apoio à greve contra o governo. Forças policiais e militares tentaram impedir a passagem dos índios colocando barreiras de arame farpado nas estradas de acesso à capital, mas os manifestantes usaram outros caminhos pelas colinas para chegar à cidade.

Mahuad anunciou quarta-feira à noite, inesperadamente, o cancelamento do aumento de 13% da gasolina que levou os taxistas à greve, que logo se estendeu aos motoristas de ônibus. O presidente disse que a decisao representa um sacrifício para os cofres públicos, que obtêm divisas com a venda de petróleo pelo consórcio estatal Petroecuador, mas que a tomara ``em nome da harmonia entre os equatorianos'

Por outro lado , Mahuad disse que o governo tinha informaçoes de que por trás da greve, marcada por episódios de violência, há pessoas ``tentando desestabilizar a ordem democrática'. O presidente deu a entender que se referia a líderes da direita, que nos últimos dias exigiram, publicamente, sua renúncia, entre eles o ex-presidente conservador León Febres Cordero e os ex-candidatos à presidência Jaime Nebot e Alvaro Noboa.

Mahuad disse que essa suposta conspiraçao tinha sido confirmada pelo Departamento de Estado americano que, se referindo à convulsao social no Equador, disse quarta-feira que políticos equatorianos estavam agindo ``de maneira irresponsável... para pressionar ou para desestabilizar o governo democraticamente eleito'.

Mahuad acusou o sindicato dos taxistas de estar financiado para ficar em greve com seus carros bloqueando ruas de Quito e outras cidades. Os incidentes de violência registrados até agora entre grevistas, policiais e militares deixaram um civil morto, cerca de 20 feridos e mais de 500 detidos.




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