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Entenda como estão as investigações da 'máfia das ambulâncias'
Da Agência Brasil
23/07/2006 | 16:30
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A Operação Sanguessuga da PF (Polícia Federal), realizada após investigação do MP (Ministério Público) no Mato Grosso, conseguiu desarticular uma quadrilha que fraudava licitações para a compra superfaturada de ambulâncias com recursos públicos. O esquema tinha ramificações nas prefeituras, em associação de municípios, em empresas de fachada, no Ministério da Saúde e até dentro do Congresso Nacional. Após a operação e a pressão de alguns parlamentares, foi criada uma comissão de inquérito dentro do parlamento para investigar o assunto.

Formada por 18 senadores e 18 deputados, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas tem o mínimo de 60 dias e o máximo de 180 para concluir e votar um relatório final de investigação. O presidente e o relator da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) e senador Amir Lando (PMDB-RO), dividiram o trabalho com uma vice-presidências e quatro sub-relatoriais para ampliar as frentes de investigação. Também foram solicitadas cópias do que já foi investigado pelo MP, CGU (Controladoria Geral da União), TCU (Tribunal de Contas da União) e PF.

O grande desafio a partir de agora é cruzar informações de depoimentos dos envolvidos, extratos bancários e as próprias emendas parlamentares para provar quais os parlamentares e assessores culpados. Uma das linhas de investigação foi divulgada nesta semana pelo sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A idéia é checar as senhas que cada parlamentar recebe ao apresentar uma emenda no Ministério da Saúde com as licitações vencidas pela Planam nos municípios. Isso permite saber se houve influência dos fraudadores em cada caso.

Como houve denúncias de que as fraudes podem até chegar a outras áreas como educação e inclusão digital, o relator e o presidente da CPMI decidiram que o relatório vai se concentrar na questão das emendas para saúde. O objetivo é tentar votar um relatório ainda em agosto e, caso haja indícios que comprovem crimes de parlamentares, a comissão vai encaminhar o assunto para a Mesa Diretora da Câmara. Esta, por sua vez, pode encaminhar a denúncia ao Conselho de Ética, responsável pela análise da quebra de decoro e a sugestão de uma possível cassação.




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