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Região exporta 33% mais em janeiro
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
22/02/2011 | 07:30
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As exportações do Grande ABC em janeiro somaram US$ 420 milhões, 33% mais que no mesmo mês de 2010, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo analistas, a recuperação do mercado internacional, ao longo do ano passado, ajudou a impulsionar as vendas ao Exterior, apesar do câmbio desvantajoso para os exportadores.

Nesse cenário, a América Latina tem posição de destaque como alvo dos produtos da região. São Bernardo, por exemplo, têm como maior mercado externo a Argentina, que representa hoje 33% do valor (total de US$ 235 milhões) de receita obtida com as encomendas nesse mês.

O país vizinho também lidera no ranking dos destinos de São Caetano. As vendas das empresas da cidade para lá cresceram 183% e atualmente aquele mercado responde por 83% do total do faturamento das exportações desse município - que somaram US$ 76 milhões.

Na pauta de produtos vendidos ao mercado internacional, as autopeças registram forte expansão nas encomendas, mas a liderança é de veículos de carga de até cinco toneladas. Na cidade, é fabricada a picape Montana, da General Motors, que se enquadra nessa classificação de item, feita pelo ministério.

Para o diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, a melhora no consumo em outros países estimula as vendas, mesmo com a perda de rentabilidade em razão do real valorizado em relação ao dólar. E acrescenta: "Se para de vender, a empresa perde mercado, não é porque agora o dólar está desfavorável que vai deixar de exportar", afirma.

VEÍCULOS - Tradicional polo automotivo, que reúne cinco montadoras, São Bernardo contabiliza, em janeiro, como principal produto vendido ao Exterior chassis de ônibus, cujas comercializações cresceram 19% na comparação com janeiro do ano passado.

O segundo item da pauta são caminhões, que tiveram expansão ainda mais expressiva: alta de 229%. Um desses fabricantes, a Mercedes-Benz observou a melhora no comércio internacional. Vendeu 309 unidades no mês passado, frente a 148 em igual período de 2010.

Para analistas, perspectivas são desfavoráveis

Apesar da melhora das exportações na região na comparação com janeiro de 2010, as perspectivas não são das melhores.

Para o economista Dalmir de Souza, do departamento de indicadores econômicos da Prefeitura de Santo André, o governo federal precisa atuar para desvalorizar o real, para aumentar a competitividade dos exportadores, com risco de comprometer o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.

Ele observa que o aperto monetário (elevação dos juros básicos, pelo Banco Central, e outras medidas para conter o crédito) já impactam nas vendas no mercado interno, e se não houver novas ações para amenizar a queda do dólar, as encomendas ao Exterior podem ser mais afetadas e as importações, ficar mais atrativas.

Desde 2008, o saldo comercial (diferença entre exportação e importação) na região vem se reduzindo. Naquele ano, ficou em US$ 1,9 bilhão. No ano seguinte, foi a US$ 928 milhões e, em 2010, caiu para US$ 891 milhões.




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