"Vamos aguardar a vinda dos funcionários para que o reconhecimento seja oficializado", afirmou o delegado Gilberto Peranovich, da Seccional Centro. Na tarde desta quarta, uma funcionária da Biblioteca da Fundação Rui Barbosa, do Rio, reconheceu Laéssio Rodrigues de Oliveira e Ricardo Pereira Machado como os homens que teriam furtado do acervo revistas do fim do século 19 e começo do 20.

O furto ocorreu em 2001. A fundação foi informada por um telefonema anônimo sobre a ação do grupo. Como a fundação é ligada ao Ministério da Cultura, trata-se de um crime federal – a Polícia Federal já abriu inquérito sobre o caso.

O mesmo ocorreu no caso dos 13 livros furtados e 11 danificados no acervo da Biblioteca do Museu Nacional. O museu informou a polícia, nesta quarta, que recebeu na terça-feira pelo Correio seis envelopes, com 147 gravuras tiradas de 17 exemplares raros do seu acervo. O remetente dizia apenas que as gravuras foram enviadas de São Paulo. Entre o material devolvido, a maioria ilustrações de pássaros, havia dois livros que não pertencem ao Museu Nacional.

Apreensão – A polícia já havia recuperado o livro Medicina Brasiliensi, Historia Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Pison. Avaliada em R$ 75 mil, a obra havia sido vendida pelo grupo por R$ 1,5 mil para um antiquário na Bela Vista, que avisou a polícia.

Oliveira é o único preso acusado de receptar os livros furtados. Reginaldo Silva foi indiciado em inquérito sob a acusação de furtá-los. Machado, que devia ser ouvido nesta quarta, passou mal e vai depor na sexta-feira. Ele era estagiário da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, um dos alvos do grupo.