O PT de Mauá quer massificar o nome de Márcio Chaves, candidato a prefeito na cidade. A estratégia tem um motivo simples: a maioria dos eleitores desconhecem o nome do petista. Segundo o marqueteiro da campanha, Tarciso Garcia Pereira, um levantamento que o partido fez há dez dias mostra que apenas 46% das pessoas conhecem o petista. "O primeiro passo é elevar o nível de conhecimento de Márcio. Ele foi vice-prefeito durante oito anos, enquanto os outros candidatos já foram presidentes de Câmara, candidatos a prefeito e candidatos a deputado. O nível de conhecimento de Márcio é baixo e vamos fazer a divulgação de seu nome", disse.

Para o marqueteiro, o candidato do PT apresenta "potencial" de crescimento. "Ele tem credibilidade e isso ajuda. Vamos mostrar que ele construiu essa credibilidade exercendo várias funções como vereador, vice-prefeito, superintendente da Sama (Saneamento Básico de Mauá) e secretário da saúde."

O PT também começou a treinar 72 grupos com três pessoas cada um para divulgar o nome do candidato e mostrar o que foi feito nos oito anos de mandato de Oswaldo Dias (PT) que teve como vice o Márcio. Essas equipes levam fitas de vídeo mostrando como a cidade era antes de 1996 – o PT assumiu o poder em 1997. Caso o morador não possua vídeo também há como opção um CD ou um folder apelidado de "foldão" que traz fotos coloridas sobre as obras realizadas por este governo, além de mostrar fotos de problemas das gestões anteriores como enchentes e falta de carteiras em salas de aula.

Tarciso disse que estão sendo treinados militantes. "Cabo eleitoral é coisa ultrapassada, pois não tem compromisso com o candidato, enquanto o militante se envolve com a campanha por uma questão de ideologia", disse. São estudantes, donas de casa, professores e ex-pré-candidatos a vereador que tiveram o nome cortado da lista de candidatos por conta da diminuição de cadeiras no Legislativo da cidade de 21 para 17.

O número de visitas das equipes tem atingido 1,6 mil por dia. Esses militantes recebem treinamento de como abordar as pessoas em suas residências. Elas são esclarecidas de como argumentar diante de eventuais questionamentos. "Os militantes trabalham nas regiões onde moram e por isso não se gasta com condução. Além disso, eles conhecem a realidade do local e tem uma linguagem conhecida. Nossa campanha é simples. Não tem de inventar muito."

O marqueteiro afirmou que não haverá ataques a adversários. "Estamos nos preparando para um campanha difícil. Vai ser uma campanha dura e estamos nos preparando para a guerra. Mas vamos discutir propostas", disse.

Tarciso acrescentou que a campanha vai valorizar o lado humano. "A idéia é atingir a sensibilidade dos eleitores."

Tarciso trabalhou em 2000 na campanha de Leonel Damo (PV), principal adversário de Márcio nesta eleição. "Todos nós temos o direito de evoluir. Fiz a campanha de Damo com dedicação e a do Márcio com muita paixão. Embora separe o ideológico do profissional, estou feliz de fazer essa campanha. Temos muito material para trabalhar. São oito anos de realizações na cidade", disse.

Tarciso tem 50 anos e já atuou na campanha de Newton Cardoso, em Minas Gerais, em 1988, assim como nas campanhas para governador (segmento popular e sindical) de Orestes Quércia, em 1986, e de Luiz Antonio Fleury Filho, em 1990, de Mário Covas para presidente, em 1989, e em todas as campanhas de Luiz Medeiros tanto na área sindical como nas campanhas para deputado federal.

Ao ser questionado quanto vai ganhar para trabalhar para Márcio ele disse que isso ele não revela nem para a mulher dele. Tarciso afirmou que foi contratado pelo diretório nacional do PT.