Entre os 150 candidatos, Kim Dae-Jung poderia ser o escolhido pelo papel que desempenhou este ano na retomada das relaçoes entre seu país e o ``irmao inimigo' norte- coreano, interrompidas desde o fim da Guerra da Coréia (1950-1953), estimam os observadores.

Para justificar sua previsao, os analistas lembram que o Nobel da Paz premia o ``personagem que mais ou melhor contribuiu para a aproximaçao entre os povos, a supressao ou reduçao dos exércitos permanentes, e a convocaçao e promoçao de congressos pacifistas'.

Rompendo com cinco décadas de inimizade, Kim Dae-Jung viajou em junho passado para Pyongyang, com o objetivo de participar de uma reuniao de cúpula histórica com o norte-coreano Kim Jong-Il. Dessa forma, realizou um dos seus dois sonhos revelados publicamente. O segundo é ganhar o Nobel da Paz.

Esta política pacificadora teve conseqüências simbólicas, como o desfile dos atletas das duas Coréias juntos durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olimpícos de Sydney, no mês passado.

Atualmente, também se estuda a participaçao da Coréia do Norte na organizaçao da Copa do Mundo de 2002, que, em um primeiro momento, havia sido confiada a Coréia do Sul e Japao.

Kim Dae-Jung recebeu, no fim de setembro, o Prêmio Rafto, entregue por um instituto privado norueguês, que alguns consideram uma prévia do Nobel.

O ex-presidente da Finlândia, Martti Ahtisaari, também poderia ser premiado, por sua mediaçao em Kosovo e pelo apoio ao processo de independência da Namíbia.

O nome do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, também está cotado, ainda que suas possibilidades tenham diminuído depois do escândalo Lewinsky e do seu fracasso em obter um compromisso entre israelenses e palestinos durante a segunda reuniao de cúpula de Camp David.

O ganhador do prêmio, de nove milhoes de coroas suecas (cerca de US$ 1,05 milhao), será anunciado no próximo dia 13, às 7h de Brasília.