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Tupy lidera ranking de ações empreendedoras
Niceia de Freitas
Do Diário do Grande ABC
13/11/2004 | 16:15
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A criação de um equipamento pneumático, que movimenta peças na linha de produção, por uma equipe de dez funcionários, resultou em um ganho de produtividade estimado em R$ 1,7 milhão por ano para a Tupy Fundições, com unidade em Mauá. Esse e outros projetos foram responsáveis pelo resultado do Ranking de Empreendedorismo Corporativo, que colocou a companhia como a empresa mais empreendedora entre todas que participaram da pesquisa desenvolvida pelo Ibie (Instituto Brasileiro de Intra-Empreendedorismo), no primeiro semestre deste ano. O ranking é composto por 30 empresas. Figuram entre as dez primeiras companhias como Odebrecht, Algar e Credicard.

O objetivo da pesquisa foi revelar organizações cuja cultura leva os empregados a agir como se fossem donos do negócio. O Ibie buscou identificar até que ponto as estratégias das empresas são conhecidas dos funcionários e em que medida eles são estimulados a trabalhar em equipe, contribuindo assim para a melhoria dos processos e do ambiente de trabalho.

A metalúrgica foi fundada há 66 anos, em Joinville (SC) – a unidade de Mauá tem cinco anos – e implantou 220 mil melhorias, por meio do Programa Criação, durante um período de sete anos. “O instituto (Ibie) fez um estudo nas organizações sobre o ambiente nas empresas e encontrou na Tupy diversos programas de melhorias contínuas, processos que possibilitam transformar métodos de trabalho e o ambiente”, explica Richard Spirandeli, diretor gerente de Recursos Humanos.

Segundo o executivo, os projetos na unidade de Mauá – que produz motores e cabeçotes para a indústria automobilística e sistemistas – ainda estão em fase de formação. A empresa comprou a antiga Cofap e visou primeiramente a uma reestruturação. Neste ano, a empresa investiu US$ 25 milhões no processo de modernização da linha de moldagem. A empresa de Mauá tem 1.050 funcionários e a matriz, 7,8 mil empregados.

“Nossa prioridade foi investir em equipamentos e conquistar o mercado. Quando tivermos processo e estrutura acertada começaremos a trabalhar a cultura das pessoas para esse caminho”, diz Spirandeli. Mesmo assim, mais de mil projetos de processos de melhoria foram implementados na unidade da região.

“Cada um no seu posto de trabalho é o maior e o melhor especialista, uma autoridade em sugerir mudanças”, acrescenta. Todas as propostas, se forem viáveis, são acatadas. Nas duas empresas são 225 equipes que integram o Programa Criação. A cada idéia aprovada, o grupo ganha uma pontuação, que se transforma em bônus distribuído a cada seis meses em forma de dinheiro ou vale-compra.

Essa metodologia contribui para manter a competitividade da empresa no mercado. Em 2005, a unidade de Mauá prevê um salto de 50% na produção, passando das 60 mil toneladas de peças fundidas deste ano para 100 mil toneladas no ano que vem.

Além da filosofia de intra-empreendedorismo (empreendedor dentro da empresa), a Tupy oferece oportunidade de os funcionários estudarem. Na unidade de Joinville (SC), cerca de 1,5 mil pessoas, incluindo esposa sde funcionários e filhos, participam diariamente de um programa de formação do Ensino Fundamental.

“Há um entendimento da organização de que as pessoas desenvolvem o raciocínio lógico, o que permite identificar vocações”, afirma. Em Mauá, a empresa vai implementar o curso de Ensino Fundamental, inicialmente para duas turmas, de 30 pessoas em cada, nos períodos da manhã e tarde, a partir do ano que vem. Por enquanto, a Tupy mantém convênio com escolas no município.




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