Nacional Titulo
Advogada do PCC pode ter sido executada, diz Deic
Do Diário OnLine
23/10/2002 | 19:26
Compartilhar notícia


O diretor do Departamento de Investigações do Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt, afirmou nesta quarta-feira que a morte de uma advogada que defendia membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ter sido causada por um desentendimento dentro da facção criminosa que atua em presídios do Estado de São Paulo. Ele também descartou que os autores do assassinato sejam os mesmos que balearam dois policiais militares que faziam a segurança do filho do governador Geraldo Alckmin, Thomaz.

A advogada Ana Maria Olivatto, encontrada morta a tiros em Guarulhos, São Paulo, na manhã desta quarta-feira, defendia Petronilha Maria de Carvalho Felício, 51 anos, mulher do preso José Márcio Felício, o Geleião, um dos líderes do PPC.

Segundo informações policiais, Ana Maria, 45 anos, foi baleada na garagem de seu prédio por volta das 11h30 desta quarta. Uma testemunha, que tem a identidade mantida em sigilo, informou que o criminoso atirou três vezes contra a advogada, mas só acertou dois disparos. Ela foi levada ao Pronto-Socorro de Bonsucesso, onde morreu.

A Secretaria de Segurança Pública informou que Ana Maria acompanhou o depoimento de Petronilha realizado nessa terça no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A mulher foi presa durante investigação da polícia sobre o atentado que estava sendo planejado contra a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Ana Maria era ex-mulher do presidiário Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, também integrante do PCC. Ela conheceu o criminoso dentro da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru, e se apaixonou por ele. O casal se separou em 1997, mas ela continuou atuando como defensora de integrantes da facção criminosa.

Segundo Bittencourt, a polícia considera a hipótese do assassinato de Ana Maria estar ligado a um desentendimento entre os líderes do PCC, que teriam posições diferentes sobre a prática de atentados no Estado. “Nós não sabemos o porquê, se é um problema de tráfico de drogas ou se é de comando”, disse.

Bittencourt ainda disse que o incidente com os seguranças do filho de Alckmin tem “90% de chances” de ser uma tentativa de assalto, enquanto a morte de Ana Maria tem características de uma execução. O Deic também informou que vai considerar todas as hipóteses possíveis para o assassinato da advogada, menos a de roubo.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;