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Equador: presidente enfrenta pior crise de governo
Do Diário OnLine
Com AFP
21/11/2003 | 20:56
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O presidente do Equador, Lucio Gutiérrez, enfrenta a pior crise política, social e econômica em dez meses de governo. Além de ser investigado pela acusação de que usou dinheiro do narcotráfico, atualmente ele enfrenta uma revolta popular por destinar 40% do orçamento do país ao pagamento da dívida externa com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Desde a campanha eleitoral de 2002, Gutiérrez mantém um confronto com o Partido da Esquerda Democrática (social-democrata), do ex-presidente Rodrigo Borja (1988-1992), que defende sua renúncia do cargo.

Borja, 67 anos, que anunciou sua saída da política na semana passada, alega que Gutiérrez, de 47, não está capacitado para governar um país de 12,2 milhões de habitantes e onde, segundo ele, aumentou a corrupção nos últimos meses.

O presidente, que tomou posse em 15 de janeiro para um mandato de quatro anos, considera, por sua vez, que está fazendo um bom Governo e diz ter certeza de que acabará com a corrupção.

Gilmar Gutiérrez, seu irmão, e seu primo, Renán Borbúa, ambos do Partido Sociedade Patriótica, denunciaram a existência de uma suposta conspiração contra o atual governo . "Estamos preparando uma carta para denunciar este comportamento político à Organização das Nações Unidas (ONU), à Organização dos Estados Americanos (OEA) e aos organismos de Direitos Humanos", disse Borbúa.

Gutiérrez também acusa a imprensa equatoriana de conspiração. Esta semana, o presidente ameaçou empreender ações legais contra um jornal de Quito que publicou uma reportagem - que ele considera "falsa" - mencionando a possibilidade de que sua campanha tenha recebido 30.000 dólares do tráfico de drogas.

"A democracia requer tolerância, mas quando se atenta contra a honra das pessoas e, neste caso contra o presidente da República, então devo defender essa honra", justificou, ressaltando que nunca teve ligações com narcotraficantes. Gutiérrez admitiu, porém, uma pequena chance de que alguém possa ter recebido dinheiro do narcotráfico sem que ele tenha ficado sabendo.

Santiago Niego, diretor do instituto de pesquisas Informe Confidencial de Quito, disse que em 8 de novembro passado a imagem positiva de Gutiérrez alcançava 31,5% em Quito e Guayaquil, contra os 64% do início do mandato.

Gutiérrez anunciou há algumas semanas que não pode executar um programa social no país, porque deve destinar 40% do orçamento de 6,5 bilhões de dólares para o pagamento da dívida externa (11,363 bilhões de dólares).

A classe indígena, antiga aliada eleitoral de Gutiérrez, ficou indignada com a decisão do presidente e passou a classificá-lo como "traidor" e "neoliberal".

O presidente equatoriano enfrenta ainda uma greve por tempo indeterminado de 120.000 professores públicos que exigem o pagamento dos salários e bônus atrasados.




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