O pistoleiro Rayfran das Neves Sales, acusado de ser um dos assassinos da missionária norte-americana Dorothy Stang, caiu em contradições ao prestar depoimento à PF (Policia Federal) nesta segunda-feira. Após afirmar, em conversa informal com a Polícia Civil do Pará, que o mandante do crime era o presidente do Sindicato Rural de Anapu, Francisco de Assis de Souza, o Chiquinho, ele voltou atrás e disse que foi contratado pelo fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, conhecido como Tato.

Tato já estava preso sob a acusação de ter sido o intermediário do crime. A polícia havia estranhado a afirmação de Sales, já que Chiquinho era considerado aliado da freira executada no último dia 12, em Anapu, no Pará. O político é filiado ao PT e foi vice prefeito da cidade.

Segundo o delegado, o pistoleiro manteve a confissão do crime durante seu depoimento. Ele foi detido no domingo por policiais civis e soldados do exército quando caminhava pela rodovia Transamazônica entre as cidades de Altamira e Anapu, onde ocorreu o assassinato. Rayfran não resistiu à prisão e disse que executou a freira junto com o pistoleiro Uilquelano de Souza Pinto, conhecido como Eduardo. Rayfran vai responder por homicídio qualificado.

Outros dois acusados pela execução da missionária continuam foragidos, entre eles o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura.

Segredo de Justiça - O juiz titular da Vara da Pacajá (PA), Lucas do Carmo de Jesus, decidiu, no fim da noite desta segunda-feira, revogar a decisão que ele mesmo havia proferido à tarde. Carmo de Jesus informou que, após reavaliar o caso, considerou que era melhor deixar para a Polícia Civil decidir o que deve ou não ser divulgado sobre as investigações.