De time considerado morto por alguns adversários e parte da imprensa do Sul a postulante a uma das vagas na segunda fase do Campeonato Brasileiro da Série C. Uma vitória mudou totalmente o panorama do Santo André no Grupo 4 do torneio, após os 3 a 1 aplicados sobre o Caxias, anteontem, na lotada casa do adversário.

Os números, outrora indicativos ao rebaixamento iminente e chance mínima de avanço, hoje mostram outra situação. E o astral dos jogadores agora está lá em cima, com todos acreditando na possibilidade de classificação.

De acordo com as estatísticas, se na semana passada o Ramalhão tinha 73,53% de risco de rebaixamento e apenas 3,31% de passar à segunda fase, agora as chances de queda caíram para 36,17% e as de prosseguir no campeonato subiram a 10,81%.

Com dois jogos a realizar, o Santo André tem como principal rival justamente o Caxias, que só tem mais uma partida pela frente - contra a Chapecoense, fora de casa. Os números indicam 36,38% de probabilidade de o time gaúcho disputar a Série D em 2012. Em situação pouco melhor (ou menos pior), o Brasil de Pelotas - que folgou no fim de semana - é outro que briga contra o rebaixamento e aparece com 25,07%.

A matemática não é exata no futebol. Mas o Santo André segue em busca dos almejados 13 pontos, calculados pelo técnico Rotta, o que o deixaria como um dos fortes candidatos a uma das vagas na sequência da Série C. O treinador, no entanto, faz a seguinte análise: "uma coisa de cada vez".

"Temos de lutar pela classificação, mas também contra a queda. Tivemos uma vitória maiúscula, mas ainda não ganhamos nada. Temos de aproveitar o fato de termos sete pontos e dois jogos a fazer, enquanto Caxias, com oito, só tem mais um", disse Rotta.

Cinco pontos separam o líder Joinville do lanterna Santo André. O ponteiro é outro que só tem mais um jogo pela frente (contra o Brasil de Pelotas, em Santa Catarina). Dessa forma, como o treinador avalia, a situação está indefinida no Grupo 4, tanto na parte de cima quanto no outro extremo da classificação.

"Ninguém sabe quem vai se classificar ou cair. Caxias e Brasil são grandes no Rio Grande do Sul, assim como Chapecoense e Joinville em Santa Catarina, e o Santo André também tem que assimilar que é forte em São Paulo. Com tanto equilíbrio, está tudo em aberto", concluiu o técnico.

Gol vira desabafo para Cristiano Brasília

Indicado pivô da confusão entre torcedores e jogadores depois do jogo contra o Joinville, há duas semanas, o meia Cristiano Brasília pôs uma pedra sobre tudo após assistência e belo gol na vitória (3 a 1) contra o Caxias, anteontem.

Depois de ficar atrás no placar, Brasília cobrou o escanteio para Daniel Gigante desviar e empatar a partida. Logo na sequência, aproveitou bola mal afastada pela zaga e deu sapatada da entrada da área no ângulo direito.

"Estava precisando desse gol e chegou na hora certa para nós. Agora é dar continuidade porque não ganhamos nada ainda. Primeiramente, precisamos pensar em não cair e, depois dessa vitória, podemos até acreditar na classificação", afirmou o jogador.

No sábado à noite, na concentração em Caxias do Sul, os jogadores assistiram à incrível virada do Fluminense sobre o Atlético-GO, por 3 a 2, com os três gols marcados em menos de dez minutos. O fato serviu como inspiração ao time.

"Conversamos que se tomássemos o gol não poderiamos nos desesperar. Empatamos na hora certa e o segundo foi consequência. A partir daí, a torcida ficou contra eles e também nos ajudou."

Na visão do meia, é preciso demonstrar no domingo, contra a Chapecoense, no Estádio Bruno Daniel, a mesma postura. "Ganhamos fora e agora, em casa, é preciso o mesmo objetivo, com humildade, para conquistarmos esses pontos", concluiu Cristiano Brasília.

O meio-campista, aliás, foi bastante elogiado por Daniel Gigante. "Ele pega muito bem na bola, tem batida forte e procuramos nos posicionar em cima disso. Graças a Deus deu certo mais uma vez", disse o zagueiro que, contra o mesmo Caxias, no Bruno Daniel, já havia deixado sua marca de forma semelhante.

CONTRA O PATRIMÔNIO

O árbitro paranaense Fábio Filipus assinalou na súmula do jogo de anteontem que o gol da equipe gaúcha foi marcado pelo volante andreense Batata, contra. O lance foi confuso e dividiu opiniões. Alguns veículos indicaram que Lima havia feito o gol, enquanto outros creditaram a Marinho.