A greve dos perueiros de São Paulo terminou no fim da noite desta quarta-feira. A categoria paralisou as atividades no início do dia, protestando contra a falta de pagamento pela Prefeitura, e realizou manifestações violentas que terminaram com um saldo de mais de 11 ônibus queimados e 39 depredados.

Pelo menos 6,5 mil veículos deixaram de circular, atingindo cerca de dois milhões de pessoas. Por volta das 15h, os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. Sete pessoas foram detidas e outras dez ficaram feridas, entre elas três policiais.

Segundo o Corpo de Bombeiros, ônibus foram queimados nas Zonas Sul, Leste e Norte. Os outros veículos teriam sido incendiados próximos à divisa com Diadema. O presidente do Sindilotação, Senival Pereira de Moura, disse que não descarta a possibilidade de a ação ter sido uma "sabotagem" feita por pessoas infiltradas entre os perueiros pelas empresas, para "denegrir" a imagem da categoria.

Mais tarde, os perueiros se reuniram em frente à sede da administração municipal, no Centro de São Paulo, para protestar e pedir providências. Cem homens da Tropa de Choque reprimiram com gás lacrimogêneo a ação de alguns manifestantes que estavam apedrejando os ônibus nos arredores do Viaduto do Chá. O comércio na região também teve de baixar as portas. O protesto acabou no fim da tarde.

Os perueiros alegam que estão com repasse atrasado, após o aumento das tarifas de ônibus de R$ 1,75 para R$ 2, mas a Prefeitura afirma que os pagamentos foram feitos em dia. O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Frederico Bussinger, disse durante a tarde que só aceitaria negociar a reivindicação depois que a categoria voltasse ao trabalho. A Prefeitura ameaçou cassar permissões e descredenciar perueiros por causa dos tumultos.