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AVC mata um brasileiro a cada cinco minutos
01/11/2010 | 07:10
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A cada cinco minutos, um brasileiro morre vítima de doença cerebrovascular - e o AVC (Acidente Vascular Cerebral) responde por 95% dos casos. Os cálculos foram feitos pela Abneuro (Academia Brasileira de Neurologia), a partir de dados do Ministério da Saúde, entre 1999 e 2008. Em dez anos, o número de mortes por essas doenças no País ficou perto 1 milhão - 903.223 pessoas. Para reduzir os óbitos e as sequelas por AVC, a Abneuro promove campanha nacional de conscientização e combate à doença.

"As pessoas precisam saber que a doença existe, que pode ser prevenida e que se ela se manifestar, pode ser tratada se o paciente chegar rápido a hospital preparado para recebê-lo", afirmou a neurologista Sheila Martins, do departamento de Doença Cerebrovascular da Abneuro e presidente da ONG Rede Brasil AVC.

São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking de mortes por doenças cerebrovasculares (categoria em que estão incluídos, além do AVC, aneurisma, trombose e embolia cerebral), com 21.002 e 10.977 mortes, respectivamente. Os dados são de 2008, estatística mais recente do Ministério da Saúde. Em seguida vêm os Estados de Minas Gerais (9.628), Rio Grande do Sul (7.538) e Paraná (6.430).

Para reduzir as sequelas e as mortes é necessário atendimento rápido à vítima de AVC, alerta Sheila. Se a pessoa que tem derrame isquêmico - provocado por entupimento de vaso sanguíneo, que corresponde a 85% dos AVCs - for atendida na primeira hora, a chance de se recuperar completamente é de mais de 80%.

Para isso, precisa receber o medicamento trombolítico r-TPA, que só pode ser ministrado até 4h30 depois dos sintomas, e exige paciente em leito monitorado, por equipe treinada.

O problema é que apenas 62 hospitais em todo o País, dos quais 32 públicos, cumprem esses requisitos. E a situação já foi muito pior: há dois anos, quando a Rede Brasil AVC foi criada, eram somente 35 hospitais.

"A situação do País melhorou nos últimos dois anos, mas ainda é pouco, principalmente num País tão grande, com tantas desigualdades. Há um envelhecimento da população e falta do controle de fatores de risco, como hipertensão, diabetes e colesterol elevado, fumo e arritmias cardíacas, o que faz aumentar as mortes por AVC", afirma Sheila.

A neurologista explica ainda que as pessoas devem ficar atentas aos sintomas de AVC - dormência, boca torta, dificuldade para falar ou compreender a fala, dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos, tontura, desequilíbrio, falta de coordenação e dor de cabeça. "Qualquer um desses sintomas isolados já tem chance de ser AVC. A recomendação é que chame equipe do Samu, que está preparada para reconhecer os sinais e levar para o hospital de referência."

 




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