O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) considerou previsível a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) em elevar a taxa básica de juros da economia brasileira, de 19,25% para 19,5% ao ano.

O diretor do Departamento de Economia da Ciesp, Boris Tabacof, ressaltou, por meio de comunicado divulgado nesta quarta-feira, que "após seis semanas seguidas de aumento na previsão da inflação para 2005, conforme informações do Relatório Focus, seria improvável que o Conselho de Política Monetária não promovesse nova alta do juros. Apesar dos fracos resultados da indústria e das vendas do comércio neste começo de ano, parecia pouco provável que, diante das evidências acerca da inflação, o Copom não seguisse a decisão tomada".

Segundo o Ciesp, a estratégia de usar a elevação da Selic como instrumento de combate à inflação não está surtindo o efeito esperado e deverá repercutir nas exportações. "Uma análise revela que o aumento da taxa de juros tem sido insuficiente para provocar forte queda na taxa de inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). No entanto, a elevação dos juros vem promovendo, em razão do estímulo à entrada de capitais, forte valorização cambial, o que certamente afetará as exportações mais à frente", diz a nota.

O Ciesp sugere que a política de juros "estratosféricos" seja substituída por "uma política em que o equilíbrio se daria pelo aumento da oferta de bens e serviços", possibilitada pelo estímulo aos investimentos.