O PT de São Caetano passa por uma disputa de poder insana. A avaliação sobre a situação pela qual passa a legenda é do presidente do partido, Edison Bernardes. Hoje, há queda de braço entre dois grupos: um ligado ao vereador Edgar Nóbrega, outro a Ricardo Rios, segundo candidato petista ao Legislativo mais votado na eleição do ano passado.

A desarmonia entre os blocos ficou mais evidente na semana passada, quando seis integrantes da executiva vinculados a Rios organizaram reunião para chancelar oposição ao governo do prefeito José Auricchio Júnior (PTB). O ato foi um repúdio à postura parlamentar de Edgar Nóbrega, que inclina para um mandato situacionista.

"O certo seria juntarmos forças para unificar o partido. Ainda não nos mostramos como alternativa para a sociedade. Assim o PT não cresce", discorre Edison Bernardes.

O presidente da sigla, que está no meio do fogo cruzado, sugere a formulação de uma "agenda qualificada e propositiva para a cidade", para tentar reverter o quadro crítico da legenda. Uma das tentativas para conciliação ocorrerá na quinta-feira, num encontro entre integrantes da executiva municipal e componentes do diretório estadual.

Entrarão em pauta a validade da plenária promovida pelo grupo de Rios e a confirmação ou não de reunião ordinária dia 28. "No momento temos dois PT's, o que é muito ruim para o partido", considera Bernardes. A expectativa é de que a partir da reunião com representantes petistas no âmbito estadual sejam definidos os comportamentos tanto da sigla quanto do vereador em relação à administração Auricchio.

O dirigente tenta fazer o papel de mediador entre as partes divergentes e procura não criticar as atitudes tomadas pelas facções. Entretanto, classificou as ações até agora executadas como "irresponsáveis".

"Não podemos deixar a conjuntura virar um mar de lama, com todo mundo falando besteiras. O debate tem de ser politizado e inteligente", ressalta. Bernardes observa que o PT de São Caetano está cometendo os mesmos erros do passado. "Estão querendo saber quem é o dono do partido."