Fiscais do trabalho de Minas Gerais encontraram famílias de agricultores em situação de maus tratos e trabalho escravo no norte do estado. De acordo com a DTR (Delegacia Regional do Trabalho), a equipe de fiscalização libertou na última sexta feira quatro adultos, dois rapazes de 16 e 17 anos e uma criança de dois anos, encontrados em situação semelhante à escravidão, na região de Santa Fé.

Um relatório dos fiscais revela que as duas famílias viviam nas fazendas 'Remanso do Fogo' e 'Três Riachos', pertencentes a Joaquim Gameleira. No local funcionavam carvoarias, de acordo com a Rádio CBN.

Segundo o relatório, os locais onde estas pessoas moravam não havia água potável, nem fossa sanitária. Os barracos onde viviam estavam a 10 metros dos fornos, e não foram encontrados materiais de primeiros-socorros nem equipamentos de proteção. Na outra fazenda havia apenas um córrego represado e parado, que era a única água para o consumo.

Segundo a DRT, as famílias trabalhavam nas duas fazendas há dez anos e nunca foram pagas. O dono alegava uma dívida pela alimentação fornecida.

Os auditores e uma equipe da Polícia Federal retiraram as famílias do local. Elas foram encaminhadas aos municípios de origem. O dono da fazenda, que não foi localizado, terá que pagar indenizações de cerca de R$ 360 mil.