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Relatório isenta Annan de irregularidades em programa da ONU
Da AFP
29/03/2005 | 19:48
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, afirmou nesta terça-feira que a comissão que investiga o programa iraquiano "Petróleo por Alimentos" o isentou de qualquer culpa. "Como sempre quis e acreditei com firmeza, a investigação me inocentou das acusações de ter atuado de forma errada", afirmou em um comunicado.

Annan destacou que a comissão, liderada pelo ex-presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano) Paul Volcker, não encontrou evidências de uma possível atuação do secretário-geral no contrato de uma empresa para a qual seu filho Kojo trabalhava.

Kojo Annan escondeu suas ligações financeiras com uma empresa suíça, a Cotecna, que trabalhou para o programa. Segundo um informe parcial divulgado nesta terça-feira, ainda que o seu pai não tenha influenciado ao seu favor, a investigação que ordenou foi "inadequada".

"O secretário-geral tinha que ter submetido o caso ao departamento das Nações Unidas apropriado - o Departamento de Serviços de Vigilância Interno ou o Departamento de Assuntos Legais - para uma investigação exaustiva e independente. Se tal investigação tivesse sido devidamente conduzida, é improvável que a Cotecna tivesse obtido a renovação de seu contrato ", diz o relatório.

A companhia suíça é acusada pela comissão de "ter emitido falsas declarações ao público, às Nações Unidas e ao comitê investigador ao afirmar que Kojo Annan havia renunciado a seu cargo de consultor em 9 de outubro de 1998". A verdade, segundo a comissão, é que a relação financeira foi mantida até 2004.

Entre os dirigentes questionados, estão o ex-chefe de gabinete de Kofi Annan, Iqbal Riza, por ter ordenado a destruição de documentos que podiam interessar os investigadores; o ex-subsecretário-geral encarregado da gestão Joseph Connor; e o subsecretário-geral encarregado do Departamento dos Serviços de Vigilância Internos, Dileep Nair.

O programa "Petróleo por Alimentos" supervisionou as vendas de combustível do regime Saddam Hussein de 1996 a 2003 para permitir ao Iraque adquirir produtos de primeira necessidade.

Renúncia - Annan informou nesta terça-feira que não renunciará ao cargo e que continuará trabalhando para pôr em prática seu ambicioso plano de reforma do organismo. "Tenho muito trabalho a fazer e seguirei adiante para completá-lo".



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