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Darfur: líder rebelde sudanês aprova o termo ‘genocídio’
Do Diário OnLine
Com AFP
09/09/2004 | 21:59
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O chefe da rebelião do sul do Sudão, John Garang, aprovou nesta quinta-feira em Washington, capital americana, a definição de "genocídio" atribuída pelo secretário americano de Estado, Colin Powell, às atrocidades cometidas contra a população de Darfur, no oeste do país.

"Quando um governo utiliza tribos contra outras tribos para enfrentar uma insurreição, esse conceito responde à definição de genocídio ou depuração étnica. Trata-se, portanto, de um genocídio", declarou Garang após um encontro com Powell no departamento de Estado.

Na manhã desta quinta-feira o secretário de Estado americano, Colin Powell, qualificou as atrocidades cometidas na região de Darfur, Sudão, de genocídio. Ele disse em uma audiência no Senado que os Estados Unidos chegaram à conclusão de que em Darfur foi cometido um genocídio e que o governo do Sudão e a milícia árabe conhecida como Jandjawid têm responsabilidades. Segundo ele, é possível que o genocídio ainda esteja sendo cometido.

Aproximadamente 50 mil pessoas foram assassinadas e 1,4 milhão tiveram que deixar suas residências, numa campanha lançada contra os negros africanos que começou como uma tentativa para estabelecer um levante rebelde iniciado em fevereiro de 2003.

Powell disse que os Estados Unidos "vão propor que a próxima resolução do Conselho de Segurança sobre o Sudão exija uma investigação da ONU em relação a todas as violações da lei internacional humanitária e aos direitos humanos que ocorreram em Darfur".

O Sudão ratificou uma convenção internacional contra o genocídio e está obrigado, sob esse acordo, a prevenir e castigar os atos de genocídio. "Para nós, neste momento dá impressão que o Sudão falhou em seu dever", disse Powell.

O conflito em Darfur opõe, desde fevereiro de 2003, o Exército sudanês e as milícias janjaweeds aos rebeldes, que denunciam a "marginalização" da província de Darfur, região desértica onde foi descoberto petróleo.

Esse conflito já causou entre 30 mil a 50 mil mortos, principalmente civis. Cerca de 200 mil pessoas se refugiaram no Chade vizinho, e 1,2 milhão de pessoas tiveram que se deslocar para fugir dos confrontos.

O Congresso americano votou em julho deste ano, por unanimidade, uma resolução qualificando como genocídio a crise em Darfur.




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