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Obama fala sobre comércio
e gastos em discurso anual
26/01/2011 | 07:48
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O presidente Barack Obama usou o discurso sobre o Estado da União para falar do desafio dos legisladores dos partidos democrata e republicano para superar as divisões partidárias e resolver as questões que vão permitir que os Estados Unidos sejam competidores globais. "Para conquistarmos o futuro, precisamos assumir desafios que podem levar décadas até serem concretizados", disse Obama à sessão conjunta do Congresso, realizada na noite de terça-feira (21h em Washington, 0h de quarta em Brasília).

Ele pediu ao Congresso que apoie o acordo de comércio com a Coreia do Sul, solicitando aos legisladores que coloquem de lado as questões partidárias para melhorar a competitividade do país. "Este acordo tem apoio sem precedentes dos empresários e trabalhadores, democratas e republicanos e eu peço a este Congresso que o aprove o mais rápido possível".

Obama propôs a redução da alíquota dos impostos para empresas. Segundo ele, isso é possível "sem acrescentar um centavo ao déficit" do país. Para isso, é necessário cancelar os benefícios fiscais concedidos a alguns setores.

"Peço aos democratas e republicanos que simplifiquem o sistema", disse Obama. "Vamos acabar com os benefícios fiscais e usar os recursos poupados para reduzir a alíquota fiscal pela primeira vez em 25 anos, sem elevar nosso déficit".

Obama propôs o aumento nos gastos com infraestrutura para impulsionar a criação de empregos e estimular a economia. Mas o projeto vai enfrentar um obstáculo: os recursos para a construção de estradas são escassos e nenhum dos partidos se mostra propenso a elevar os impostos sobre a gasolina.

O presidente propôs um plano de seis anos para reformar estradas pontes e sistema de trânsito, além da criação de um banco nacional de infraestrutura para levantar recursos privados. "Nossa infraestrutura já foi a melhor do mundo, mas perdemos esta liderança", disse Obama. "Temos de fazer melhor. A América é o país que construiu a ferrovia transcontinental, levou eletricidade a comunidades rurais e construiu o sistema de estradas interestadual".

Ele também pediu mais recursos para a construção de linhas de trem, além de uma "iniciativa nacional wireless" para proporcionar acesso à internet para a maioria das residências norte-americanas.

"Nós precisamos inovar mais, educar mais e superar o restante do mundo", disse ele. "Temos de fazer dos Estados Unidos o melhor país do mundo para fazer negócios".

Obama pediu também que gastos não relacionados à segurança e à seguridade social sejam congelados por cinco anos, mas isso não deve afetar alguns dos itens mais caros do Orçamento, tais como o sistema de assistência à saúde Medicare, os gastos militares, a Seguridade Social, a prevenção a ataques terroristas e a ajuda a outros países. O presidente disse que vai buscar "cortes e eficiências" em outras áreas, como a desaceleração dos gastos militares, que em cinco anos deverá representar uma economia de US$ 78 bilhões.

Energia também em pauta - Obama também tratou da produção de energia limpa, dizendo que o país deve obter 80% de sua energia de fontes limpas até 2035. Os recursos para projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor devem vir do fim dos subsídios fiscais para a produção de petróleo, gás e outros combustíveis fósseis.

"Em vez de subsidiar a energia de ontem, vamos investir na de amanhã", disse Obama. "Os avanços no setor de energia limpa vão se traduzir em empregos ligados ao setor se as empresas souberem que haverá mercado para o que estão vendendo. "

O presidente disse que o orçamento vai incluir descontos e outros incentivos para veículos elétricos, com o objetivo de colocar 1 milhão de veículos com tecnologia mais limpa nas ruas até 2015.

As guerras no Iraque e no Afeganistão também foram tratadas no discurso. Obama disse que os objetivos das intervenções foram alcançados e que em breve os militares começarão a voltar para casa. Ele enfatizou, porém, a importância de garantir a segurança do povo norte-americano.

O presidente afirmou que os confrontos no Oriente Médio fazem parte do projeto de desenhar um mundo que favoreça a paz e a prosperidade. "Com nossos aliados europeus, revitalizamos a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aumentamos nossa cooperação em setores que vão de contraterrorismo a defesa de mísseis. Reiniciamos nosso relacionamento com a Rússia, fortalecemos as alianças com a Ásia e fizemos novas parcerias com países como Índia". Obama revelou que em março vai viajar para o Brasil, Chile e El Salvador para criar "novas alianças para o progresso das Américas".




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