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EUA desaceleram guerra à espera de reforços
Da AFP
28/03/2003 | 18:13
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O Pentágono, que desacelerou o ritmo de suas operações militares no Iraque, espera a chegada de reforços terrestres, mas a 4ª divisão de Infantaria e seus esperados tanques demorará "várias semanas" para ser mobilizada.

Em declarações que tiveram muita repercussão em Washington, o general William Wallace, comandante das forças terrestres americanas no Iraque, expressou surpresa com a tática adotada pelas forças armadas e as milícias iraquianas que atacam suas tropas.

"O inimigo combate de maneira diferente da que prevíamos em nossos planos de guerra", afirmou o general, segundo declarações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal The Washington Post.

Wallace admitiu também que os problemas logísticos no Iraque aconselham "uma pausa" e provavelmente prolongarão a guerra.

Ouvido a respeito, o número dois do Pentágono, Paul Wolfowitz, afirmou que os americanos não haviam "subestimado a resistência" dos iraquianos, mas "a vontade do regime (de Saddam Hussein) de cometer crimes de guerra". Mencionou, como exemplo, "o nível de execuções em Basra".

Em meio à polêmica, o general da força aérea Richard Myers, comandante do Estado-Maior conjunto, defendeu a estratégia americana, qualificando-a de "brilhante". Um porta-voz do Pentágono, tenente-coronel David Lapan, destacou que as "ações militares e os bombardeios continuam", mas algumas "unidades específicas recuperam forças e se preparam para retomar o combate".

Em campo, as unidades da 3ª divisão de Infantaria (3ID), que já possuem uma primeira linha de combatentes a cerca de 80 km da capital iraquiana, foram alvo de operações de perseguição perto de Najaf (a 150 km ao sul de Bagdá), na noite desta quinta-feira.

Mais a leste, as unidades de fuzileiros navais (Marines) faziam uma pausa em seu avanço, para se abastecer.

O Pentágono, criticado por generais da reserva por ter começado a guerra com tropas terrestres em número insuficiente, respondeu nesta quinta-feira que já dispõe de 90 mil soldados em território iraquiano e que esses efetivos são constantemente reforçados para enfrentar as forças de Saddam Hussein. Em um dia e meio, 15 mil soldados americanos suplementares entraram no Iraque, segundo um comandante. O Pentágono conta principalmente com a chegada escalonada de outros 120 mil efetivos à região, provenientes de suas bases nos Estados Unidos e Europa, aos quais se somarão os 300 mil americanos e britânicos que já estão na região.

É o caso da 1ª divisão de Cavalaria, assim como os regimentos 2º e 3º de Cavalaria, mobilizados há algum tempo.

Os primeiros combatentes dos 12 mil homens da 4ª Divisão de Infantaria - muito esperados com seus blindados para reforçar as tropas da coalizão- deixaram Ford Hood (Texas, centro-sul) nesta quinta-feira.

Mas precisarão de "semanas" para se tornarem operacionais, adaptando-se ao clima e juntando-se a seus equipamentos, preveniu nesta sexta-feira o coronel Lapan.

Cerca de trinta navios, carregados de blindados e material pesado, esperaram durante longo tempo por uma autorização do governo da Turquia para abrir uma frente terrestre no norte do Iraque. Mas a autorização não veio e os navios foram desviados do Mediterrâneo para o Mar Vermelho e para o Golfo Pérsico.




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