O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta segunda-feira que é possível votar ainda nesta semana o projeto que reajusta o salário dos parlamentares de R$ 12.847 para R$ 16.250, um aumento de 26,49%.

O percentual segue a inflação acumulada entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2007. No entanto, ele afirmou que a votação depende do consenso dos líderes e da avaliação do Regimento Interno, já que 12 MPs (Medidas Provisórias) trancam a pauta.

“O assunto é responsabilidade da Mesa Diretora, mas quero repartir com os líderes para chegar a uma responsabilidade da Casa em qualquer decisão sobre esse tema”, disse.

Chinaglia avaliou que a “amplíssima maioria” dos líderes vai defender o reajuste pelas perdas inflacionárias. “Da minha parte, esse assunto sempre foi encarado de frente”, posicionou-se, lembrando que a reposição das perdas da inflação constava da plataforma dos três candidatos à presidência da Câmara.

Quorum alto - O deputado pretende colocar o projeto em votação em um dia de quorum alto. “Deve ser no meio da semana, quando líderes e sociedade poderão conhecer as razões de qualquer atitude que venha a ser tomada nesse quesito”, explicou.

O petista deixou claro que não deve se orientar pela proposta da Comissão de Finanças e Tributação, que inclui pontos como o pagamento de verba indenizatória sem a apresentação de comprovante.

O presidente da Câmara ressaltou ainda que há verba para o reajuste, porque o aumento já estava previsto para ocorrer na legislatura passada. “A proposta não foi em frente por circunstâncias que todos sabemos”, concluiu, se referindo ao fato de um aumento abusivo de cerca de 90% ter sido barrado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no fim do ano passado.