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Mafalda nasceu em Pelotas no dia 18 de junho de 1913. Casou com Erico Verissimo em julho de 1931, quando passaram a morar em Porto Alegre. “Aquele período foi difícil, pois o dinheiro era contado”, recorda a amiga da infância e adolescência em Cruz Alta, Ethel Westphalen Scarpelini, de 85 anos. O casal teve dois filhos, Clarissa e o escritor e cronista Luis Fernando. Os netos eram Pedro, Michael e Paul, filhos de Clarissa e do físico norte-americano David Jaffet, e Fernanda, Mariana e Pedro, filhos de Luis Fernando e Lúcia Helena. Tinha um bisneto, Ethan, filho de Paul.
O enterro foi acompanhado, além dos familiares, por amigos que revelaram a grande alegria que Mafalda tinha em viver mesmo após ficar viúva, em novembro de 1975. Logo após a morte de Erico, ela recolheu-se ao luto e encerrou-se em seu quarto por um ano, relembrou a escritora Lya Luft: “A vida dela era o Erico. A Mafalda era uma amiga paciente e doce, mas sempre alegre. O Luis Fernando tem esse humor embutido, como o pai dele. Já ela tinha um humor do cotidiano, tão inteligente, coisa rara nos dias de hoje”.
O carisma de Mafalda era muito grande. Tanto que, mesmo depois da morte de Erico, ela vivia com a casa, no bairro Petrópolis, cheia de amigos. Na festa de seus 80 anos, em 1993, o ator Paulo Autran, que veio especialmente do Rio de Janeiro para a festa, escreveu: “Ela não era aquela figura anódina, aquela dona de casa, doméstica, que diz amém a tudo o que o marido importante diz ou faz. Era uma personalidade com opinião própria, culta, simpática e que sabia das coisas”.
Em 1982, Mafalda começou a organizar o acervo literário do marido, uma imensa quantidade papéis e objetos de valor histórico e sentimental guardados no porão da casa. Com a ajuda da amiga Maria da Glória, foram catalogados mais de 10 mil itens. A maior parte do material está exposta ao público no Centro Cultural Erico Verissimo, inaugurado no final do ano passado, no centro de Porto Alegre.
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