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Desemprego fica estável na região
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
25/10/2006 | 21:56
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O índice de desemprego manteve-se estável no Grande ABC, oscilando de 14,8% da PEA (População Economicamente Ativa) em agosto para 14,9% no mês seguinte, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Apesar da variação ascendente de 0,1 ponto percentual, o índice de setembro é o menor para o mês da série histórica da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), que possui dados da região desde 2002.

Segundo a PED, o contingente de trabalhadores ocupados caiu em setembro para 1,096 milhão, com a demissão de mil pessoas em relação ao mês anterior. Paralelamente, a PEA – que contabiliza quem está empregado ou à procura de colocação – teve acréscimo de mil pessoas, subindo para 1,288 milhão. Assim, o contingente de desocupados aumentou de 190 mil para 192 mil, o que resultou na oscilação da taxa.

Para o gerente de análise da PED para a Fundação Seade, Alexandre Loloian, o que mais chamou a atenção nos dados regionais foi a queda no desemprego oculto (pessoas que fizeram algum bico ou não procuraram emprego nos 30 dias anteriores, mas saíram à procura nos últimos anos), que caiu de 4,1% para 3,7%, enquanto o aberto (pessoas que não procuraram trabalho no mês anterior ou não exerceram atividade nos últimos sete dias) subiu de 10,7% para 11,2%. “Esse movimento pode revelar, de um lado, que a melhora na condição econômica das famílias adiou a decisão dos filhos de entrar no mercado”, revelou o economista, citando dados da própria PED, segundo os quais a taxa de desemprego diminuiu 17% entre os chefes de domicílio nos últimos 12 meses na Grande São Paulo.

“Por outro lado, pode significar também que, depois de procurar emprego por muito tempo sem obter sucesso, um grande contingente de pessoas do Grande ABC deixou de fazê-lo”, explicou Loloian.

O economista ressalta ainda que a taxa de participação (percentual da população em idade ativa que está empregado ou à procura de colocação) do Grande ABC é muito baixa – 60,3%, índice igual ao verificado em agosto. “Isso significa que, passado o efeito Volkswagen (referência ao programa de reestruturação implementado pela montadora), caso aconteça um aumento significativo da atividade econômica, ainda que acompanhado de evolução da ocupação, a taxa de desemprego pode aumentar, devido ao retorno de pessoas ao mercado de trabalho motivadas pelo surgimento de novas vagas”, explica.

RMSP – Na Região Metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego total recuou de 16% em agosto para 15,3% em setembro. Foi a quarta redução consecutiva nesse indicador. A taxa é a menor para o mês desde 1997.

O contingente de desempregados caiu para 1,545 milhão devido à saída de 64 mil pessoas da situação de desemprego. Esse movimento decorreu da geração de 107 mil ocupações, número superior ao de pessoas que entraram no mercado de trabalho no mês passado (43 mil).

A redução no indicador foi comemorada pelos técnicos, mas com ressalvas. “Devemos lembrar que a taxa de ocupação retomou somente em setembro o mesmo patamar que era verificado no final de 2005 e no início deste ano”, ponderou Loloian. “Enfrentamos um período muito longo de corte da ocupação e apenas agora parece haver recuperação”, acrescentou.Também houve queda no índice de desemprego na capital, de 14,4% para 13,6%.

Para eles, o desemprego deverá manter trajetória de queda na Grande São Paulo no período de outubro a dezembro, puxado, principalmente, pelo aumento da ocupação, mesmo que a PEA também venha a subir no mesmo período.




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