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Oswaldo Dias sofre derrotas em sessão da Câmara
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
18/05/2004 | 22:54
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O governo Oswaldo Dias (PT) sofreu nesta terça duas derrotas na Câmara de Mauá. Uma delas foi articulada pela própria bancada do PT que não aceitou incluir em regime de urgência a votação do projeto do Executivo que doa prédio público à Fama (Faculdade de Mauá). O vereador José Luiz Cassimiro (PT), considerado o líder do prefeito na Câmara, defendeu a votação, mas foi voto vencido na sua bancada. A segunda derrota envolveu a suspensão por até seis meses do pagamento de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de desempregados.

O líder do PT, Hélcio Antonio da Silva, foi o grande articulador do adiamento do projeto que doa o prédio à Fama por entender que “ainda cabe uma análise mais cuidadosa” do plenário. Segundo o petista, há dúvidas quanto à necessidade de licitação. “Consultaremos advogados”.

Hélcio e Cassimiro disputaram recentemente no PT a vaga de candidato a vice-prefeito. O processo de escolha foi cercado de turbulências e há quem diga que isso ainda reflete nas decisões da Câmara. Hélcio, que saiu vitorioso da disputa, negou a existência de problemas com o governo que demitiu quase 30 pessoas que o apoiaram na prévias.

O petista convenceu vários governistas e, por 13 votos a sete, a matéria foi adiada. O presidente da Câmara, Diniz Lopes (PL), que não gostou do adiamento, convocou uma sessão extraordinária para quinta, às 10h.

Cassimiro foi à tribuna para dizer que a posição da bancada “era equivocada” e que ela deveria dar respaldo à administração de Dias agilizando a votação do projeto. No entanto, não obteve êxito.

O governista Alberto Betão Pereira Justino (PTB) acha que o que aconteceu na Câmara é reflexo das brigas internas do PT. “Não podemos baixar a cabeça diante dos desentendimentos da bancada do governo. Eles precisam se entender”, afirmou.

A segunda derrota do governo nesta terça esteve relacionada ao projeto que suspende por até seis meses o pagamento de IPTU de desempregados. Cassimiro pediu adiamento por três sessões, mas seu pedido foi rejeitado e a matéria aprovada por 16 a 5. Os únicos que votaram contra foram Altino Moreira (PL), Hélcio, Cassimiro e Rogério Moreira Santana (PT).

O autor da matéria, Admir Jacomussi (PPS), disse que diante da crise econômica no país é preciso tomar iniciativas no sentido de defender os mais necessitados.

O petista Luiz Grígio disse que não dava para votar contra a matéria. “Meu gabinete recebe diariamente pessoas que sofrem execução fiscal. Muitas não conseguem pagar seus impostos porque não têm recursos e precisam levar o que comer para a família. Voto sim e vou dormir tranqüilo”, disse o parlamentar. Ele entende que em determinadas ocasiões não dá para ser “vaca de presépio”.

Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô (PPS), disse que o município deu isenção de IPTU para um shopping e, portanto, nada mais justo que suspender o pagamento para os desempregados. Lourival Lolô Fargiani (PSDB) disse que não se pode pensar só em empresários.

Zeferino de Souza (PMN) disse que as pessoas atrasam o pagamento de IPTU não é porque querem e sim porque não têm condições.




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