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Francês sequestrado na Venezuela diz que foi tratado como cachorro
Da AFP
26/12/2006 | 18:29
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O pecuarista francês Christophe Beck, 62 anos, seqüestrado na Venezuela em dezembro de 2005 e libertado pouco antes do Natal mediante o pagamento de um resgate, declarou nesta terça-feira ter sido tratado "como um cachorro" e afirmou que não recebeu nenhuma ajuda financeira do Estado francês.

"Estamos arruinados. O Estado francês não pagou um centavo sequer do resgate", lamentou, dando a entender, sem revelar a quantia exata, que o pagamento foi superior a 400 mil euros. "Fui acorrentado a uma árvore dia e noite, tratado como um cachorro. Dormia em uma rede coberta por uma lona. Durante o dia, ficava sentado em uma pedra. Meu raio de ação era limitado a dois metros", relatou.

"Comia arroz e lentilhas e às vezes, quando estava com sorte, uma sardinha", acrescentou o pecuarista, libertado no dia 21 de dezembro em uma zona desértica a cerca de 40 km da fronteira colombiana.

Questionado sobre a quantia que ele teve que pagar para seu resgate, Beckafirmou que a soma era muito superior aos 100 milhões de bolivares (40 mil euros) pedida inicialmente pelos seqüestradores. "Falta pelo menos um zero a este número", declarou, destacando que teve que vender todos seus pertences para poder pagar.

"Hoje, estamos arruinados, não tenho nada para garantir minha aposentadoria", lamentou.

Sua mulher, Martine, afirmou que o Estado francês "recusou" um empréstimo de 10 mil euros que ela havia solicitado para o pagamento do resgate. "Dez mil euros emprestados não teriam colocado em perigo a nação francesa", comentou Christophe Beck.

Resposta -
O ministro francês das Relações Exteriores afirmou que se mobilizou para a libertação do pecuarista, mas explicou que sua atuação foi marcada pela "discrição" necessária para resolver este tipo de problema.

"Nos episódios relacionados a reféns, como o que acaba de acontecer na Venezuela, a idéia é não ceder às pressões para levar o Estado a pagar um resgate", declarou o porta-voz adjunto do ministério, Denis Simonneau.




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