O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira que a lamentável decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, em dar seqüência à escalada da taxa básica de juros só reforça necessidade de democratização do órgão deliberativo máximo do sistema financeiro, o CMN (Conselho Monetário Nacional). Nesta quarta-feira, o Copom elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 19,25% ao ano.

Nesta terça-feira, a CUT, a Fiesp, a CNI, empresários, economistas e professores, lançaram a campanha pela ampliação do CMN, para que ele leve em conta o pensamento do setor produtivo (empresas e trabalhadores) e para que o controle da inflação não seja feito somente pela via do aumento dos juros.

A CUT reitera sua posição de que este mecanismo coloca em risco o crescimento sustentável da economia, porque o aumento dos juros não impede a majoração de preços. Ao contrário, sacrifica a economia, o emprego, os salários e promove o crescimento da dívida pública - o que inibe os investimentos públicos.

"É por esta razão que a Central entende que o Conselho Monetário deve ser ampliado (hoje ele tem só três membros: os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central), para que o debate sobre a fixação de metas de inflação leve em conta também metas de crescimento econômico, do nível de emprego, de distribuição de renda e massa salarial", afirma Luiz Marinho.

Esta reivindicação, assumida pelas entidades sindicais, empresariais e representantes do mundo acadêmico, será levada pessoalmente ao presidente Lula, em audiência a ser agendada nos próximos dias.