O PFL jovem quer acabar com a hegemonia das esquerdas em uma das suas entidades símbolos, a Uniao Nacional dos Estudantes (UNE). A idéia, porém, nao é excluir da entidade os estudantes ligados a partidos de esquerda mas compor com eles um novo modelo de administraçao da UNE que seja aberta a todas as tendências políticas da universidade, segundo disse neste sábado, em Salvador, Antônio Carlos Magalhaes Neto. A declaraçao foi feita na abertura do Encontro Nacional do PFL Jovem, que tem como objetivo discutir as açoes do movimento para os próximos meses.

Toninho, como é conhecido o neto do senador Antônio Carlos Magalhaes (PFL-BA), disse que o primeiro passo no sentido de participar do movimento estudantil já foi dado, com a eleiçao para uma das vices-presidencias da UNE de Luis Henrique Vasconcelos, do PFL Jovem de Minas Gerais. "É uma semente, nesse longo caminho que ainda teremos de percorrer", disse. Esse fato, segundo ele, estimulou vários simpatizantes do PFL da comunidade universitária a participar do movimento estudantil.

"Na Bahia já temos a direçao do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Feira de Santana e cinco Diretórios Acadêmicos em unidades de Salvador", informou, contando que os militantes do PFL, no início, sofreram muito preconceito. "Quando passamos a mostrar trabalho e que nao pretendíamos dar conotaçao partidária à nossa atuaçao, fomos aceitos".

O movimento estudantil é apenas uma vertente da linha de açao que o PFL Jovem quer desenvolver a partir de agora. Já existem núcleos na maioria dos Estados e na Bahia a organizaçao tem dez mil filiados mas está tentando atrair novos militantes para formá-los e estimulá-los à luta política, numa estratégia que se assemelha aos partidos de esquerda no período da ditadura. "Queremos fazer com competência e seriedade o que eles tentaram fazer e nao conseguiram", disse Neto.

De acordo com ele, as prioridades do PFL Jovem sao a educaçao e o emprego, mesmo sabendo que o partido é aliado de um governo cuja política econômica vem provocando altos índices de desemprego. "Nós nao temos, necessariamente, que aquiescer com os aliados do PFL", observou, declarando que os jovens pefelistas vao lutar por soluçoes viáveis para aumentar a oferta de empregos e cobrar aplicaçao racional de recursos na educaçao.