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Premiê britânico é recebido com protesto em SP
Do Diário OnLine
31/07/2001 | 19:26
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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, foi recebido com protestos em São Paulo nesta terça-feira. Membros da organização ecológica Greenpeace se concentraram no Jardim Botânico, para onde Blair seguiu acompanhado do governador Geraldo Alckmin, para pedir que a Inglaterra não importe madeira extraída ilegalmente da Amazônia.

Com cartazes dizendo "Keep your promise" (Mantenha sua promessa) e "Stop Buying Amazon Destruction" (Pare de comprar a destruição da Amazônia), dois membros da organização conseguiram chegar perto de Blair, que aceitou de bom grado receber uma carta da organização. Os manifestantes foram retirados por policiais militares.

No ano passado, o Greenpeace protestou em Londres contra a compra ilegal de madeira amazônica por parte da União Européia (UE). Na ocasião, Blair comprometeu-se publicamente a tentar convencer o G8 (países mais ricos do mundo) a preservar as selvas e importar apenas madeira com os devidos certificados.

Os manifestantes mostraram um corte de Samaúma, uma madeira tropical cuja comercialização está proibida. "A Grã-Bretanha é o segundo maior comprador do mundo de madeira das empresas ilegais instaladas na Amazônia", denunciou Paulo Adario, um dos responsáveis do Greenpeace.

Depois da tumultuada caminhada, Blair seguiu para o Centro Brasileiro Britânico, em Pinheiros, onde inaugurou a exposição "Britain in Brazil", acompanhado da prefeita Marta Suplicy. Ele fez um discurso para cerca de 700 pessoas e afirmou que ficou impressionado com o vigor e o tamanho do Brasil. Ainda brincou dizendo que "um dia de inverno em São Paulo é melhor dia do verão britânico".

Após a visita, o primeiro-ministro seguiu para São José dos Campos (91 km a nordeste de São Paulo), onde visitou a linha de montagem da Embraer em São José dos Campos, acompanhado do presidente Fernando Henrique Cardoso. Após Blair deixar a fábrica, cerca de 50 pessoas ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos realizaram uma manifestação contra a globalização e contra o FMI.

Distribuindo um folheto, em inglês, os manifestantes protestaram contra o capitalismo e o G-8, além do ministro inglês. No texto, eles afirmaram que Blair representa os países ricos e que os trabalhadores brasileiros repudiavam sua presença.

’Pontualidade britânica’ - O premiê não cumpriu com a tradicional pontualidade britânica em seus encontros nesta terça. O governador Geraldo Alckmin teve que esperar Blair por meia-hora no Jardim Botânico nesta manhã. A chegada do premiê ao Centro Brasileiro Britânico também teve um atraso de cerca de uma hora.




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