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Ex-presidente do Santos e empresário se contradizem em acareação
Do Diário OnLine
Com Agências
17/05/2001 | 19:42
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O ex-vice-presidente do Santos José Paulo Fernandes e o empresário Ivani Targino de Melo (Vando Melo) passaram por uma acareação na CPI do Futebol, mantida pelo Senado, nesta quinta-feira e não conseguiram desfazer uma contradição referente ao atacante Viola.

Enquanto Fernandes afirma que Melo representava apenas o Corinthians em negociação do passe de Viola, o empresário diz que representava o jogador e o Corinthians na negociação sobre a permanência de Viola na Vila Belmiro, após uma suposta proposta recebida para voltar ao Parque São Jorge.

Viola, em depoimento à Polícia Federal, disse que seu representante na negociação para continuar no Santos foi feito José Paulo Fernandes, que teria recebido R$ 200 mil. Na ocasião, Viola garantiu que o negócio não envolveu Vando Melo.

O relator da CPI, Geraldo Althoff (PFL-SC), lembrou que ambos depuseram sob juramento e informou que a CPI investigará o assunto. Depois de detectada a verdade, afirmou o senador, será solicitada a punição para o depoente que mentiu perante a comissão.

Encerrada a acareação, o presidente Álvaro Dias (PSDB-PR) convocou uma reunião para a próxima semana, na qual um dos depoentes será o presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah.

Sem resposta - O ex-presidente do Santos Futebol Clube Samir Jorge Abdul Hak também depôs nesta quinta-feira à CPI do Futebol e, assim como os dois primeiros depoentes, não teve desempenho muito favorável. Ele não conseguiu explicar a razão para o jogador Lúcio ter três contratos de valores diferentes (um deles sem ao menos constar data) e outras transações.

Sobre a existência três contratos para Lúcio - um de R$ 60 mil, outro de R$ 120 mil e um terceiro de R$ 200 mil -, Hak apenas explicou a Althoff que o jogador teve uma fratura grave quando estava ligado ao Santos por empréstimo e foi prometido a ele um aumento no seu salário se conseguisse se recuperar e voltar à plena forma física.

O ex-presidente justificou que o registro nas contas do clube de uma ajuda de custo de R$ 35 mil para o Jabaquara (tradicional clube de Santos) foi motivado por uma parceria entre as duas equipes. Segundo Hak, o Santos investiria nas categorias de base do Jabaquara visando formar jogadores. "Os valores arrecadados com a venda dos atletas seriam divididos", explicou, acrescentando que depois de alguns meses resolveu cancelar o projeto. Hak também contou que nunca houve um contrato assinado para a parceria.

Hak também não soube explicar o motivo de cheques justificados na contabilidade do clube como emitidos para o pagamento da contratação do jogador Caio junto à Inter de Milão terem sido depositados na conta de Edson Antonio Pereira (R$ 600 mil) e na da Indústria de Papel Ramezoni Ltda (R$ 270 mil).

O ex-presidente do Santos comentou que ocorreram muitas histórias inusitadas no clube praiano. Ele citou, entre outros, o caso de uma mala que teria caído de um avião com o dinheiro da arrecadação de partidas, a renda de um jogo de futebol que desapareceu misteriosamente do cofre do clube, e o dinheiro da venda de jogadores que não entrou no clube.




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