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El Baradei deve visitar a Líbia na próxima semana
Da AFP
22/12/2003 | 16:46
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O diretor da agência da ONU para a energia atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, confirmou nesta segunda-feira que as autoridades líbias lhe informaram que estavam dispostas "a concluir um protocolo adicional" do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

El Baradei disse também que viajará na semana próxima com uma equipe de peritos da AIEA à Libia. O objetivo, segundo ele, é " elaborar um relatório sobre todas as atividades nucleares nesse país e examinar com as autoridades líbias decisões concretas que permitam eliminar todas as atividades que possam levar a produzir armas nucleares".

"A Líbia está disposta a assinar o protocolo adicional ao TNP", já havia reafirmado, nesta segunda-feira, o premiê líbio, Chukri Ghanem, numa entrevista à rádio BBC. "Aderimos ao nosso compromisso com a AIEA e temos a intenção de obedecer suas regras e cumprir nossos compromissos, sejam quais forem", assinalou Ghanem.

Um dia depois do surpreendente anúncio da Líbia, no sábado passado, uma delegação do país se reuniu em Viena com El Baradei. Diplomatas na capital austríaca indicaram que Trípoli ia imitar o Irã e assinar o protocolo adicional.

Em entrevista Ghanem exigiu que Israel se desfaça também de suas armas de destruição em massa, apelo que já fizeram outros países árabes e o Irã. "Tomamos uma decisão corajosa e me felicito por meu país integrar o clube de países pacíficos", disse. "Agora Israel deve eliminar suas armas", acrescentou.

Egito, Argélia, Catar e Bahrein saudaram a decisão líbia e aproveitaram a ocasião para mais uma vez pedir a Israel fazer o mesmo com seu arsenal nuclear.

Acordos - O Irã, cedendo à pressão internacional, assinou a 18 de dezembro em Viena o protocolo adicional. Estabelecido em 1997 pela AIEA, esse protocolo constitui a principal ferramenta internacional de controle nuclear. Ele autoriza a AIEA não apenas a inspecionar as instalações em funcionamento mas também os locais aos quais não tinha acesso, como reatores detidos, centros de pesquisas ou fábricas que elaboram produtos suscetíveis de servir a um programa nuclear.

Repetindo o pedido feito a Israel pelo presidente egípcio Hosni Mubarak, o jornal governista Al Ahram solicitou "a organização de uma conferência internacional para liberar o Oriente Médio das armas de destruição em massa, incluindo as armas nucleares que possui Israel".

Israel, que não aderiu ao TNP, nunca confirmou ou desmentiu se possui armas nucleares, mas desde 1969 o Estado hebreu é considerado pelos Estados Unidos como uma potência nuclear e, segundo os técnicos, possuiria pelo menos 200 artefatos nucleares.




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