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Grana dará reajuste de 5%, mesmo com rejeição sindical

Na proposta, prefeito petista acrescentará 1,78% em dezembro

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/05/2013 | 07:24
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Depois da série de desacertos com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), definiu ontem o índice de reajuste salarial ao funcionalismo: 5% de aumento, retroativos a 1º de abril, e 1,78% em dezembro. A proposta, negociada pela Secretaria de Administração e Modernização, será enviada como projeto de lei à Câmara, mesmo com sinal negativo da categoria. Em assembleia geral, os servidores rejeitaram a oferta do Paço.

Cerca de 130 pessoas compareceram ontem à noite ao ato de votação da proposta, realizada em frente à Prefeitura. Santo André será a única cidade do Grande ABC a conceder reajuste abaixo do índice da inflação. Esse era o principal aspecto das críticas do funcionalismo público, apesar da justificativa da administração petista de que a dificuldade financeira, gerada pelo rombo de R$ 117,3 milhões, inviabilizou recomposição salarial.

Grana afirmou que o governo realizou esforço "além do possível" para garantir a reposição salarial de 6,87% em cima da inflação, medida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O aumento concedido pelo governo petista será em cima da quantia corrigida. Por isso, em valores concretos, o índice atingirá o percentual da inflação, entretanto, chegará a esse patamar apenas no fim do ano, o que desagradou os servidores.

A categoria requeria 6,87% mais R$ 150 incorporados ao salário ou 1% ao mês, de abril deste ano até abril de 2014, que entraria na margem de 12,87% no período de 12 meses. A reivindicação inicial do Sindserv era de 50,20%, referente às perdas desde 1997. Entre administração direta e indireta, a Prefeitura de Santo André possui 12 mil funcionários. O Paço gasta com folha de pagamento o valor de R$ 470 milhões ao ano.

A administração petista sugeriu, segundo o prefeito, aumento significativo àqueles que ganham menos, aumentando em 19% o piso salarial. "A Prefeitura continuará com a meta de investir na valorização do servidor público", reforçou. O Paço fará o reenquadramento do piso salarial, que passará de R$ 790,31 para R$ 939,55. "Nenhum servidor receberá menos do que R$ 939. Essa medida beneficiará 1.500 funcionários", avaliou o secretário de Administração, Antônio Leite (PT).

O governo firmou compromisso com o sindicato pela elaboração, num prazo de 180 dias, de calendário de propostas para a revisão do Plano de Cargos e Salários e do Plano de Carreira.

DESGASTE

Embora haja o discurso de que o estudo de impacto financeiro engessou a possibilidade de acréscimo no reajuste, o prefeito tende a sofrer desgaste político com a iniciativa. Ontem, os servidores aprovaram, inclusive, a realização de passeata, com carro de som.

O fardo ficou pesado por conta de o antecessor Aidan Ravin (PTB), apesar do contestado mandato de 2009 a 2012, dar índices superiores ao oferecido pelo petista, que é oriundo do sindicalismo, medida sempre mencionada pelo funcionalismo.

 




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