Nessa carta de oito páginas, em um tom religioso, o presidente iraquiano se referiu às boas relações históricas da URSS e da Rússia com os países muçulmanos e com os árabes.

“Por esse motivo, consideramos que não seria razoável para os chechenos se privarem das boas relações e da colaboração dos russos e do Estado russo", escreveu sem mencionar o seqüestro cometido de 23 a 26 de outubro e o segundo conflito russo-checheno que assola a república separatista há mais de três anos.

"Nos vemos obrigados a constatar que neste caso os povos da Rússia serão conduzidos a não levar em conta a causa (chechena), embora essa causa exista, mas a ver as conseqüências que saltam à vista", acrescentou Saddam Hussein.

A carta, dirigida aos muçulmanos chechenos, é datada de 25 de outubro, mas só foi entregue em 31 de outubro por intermédio do presidente da Duma (câmara baixa do parlamento russo), Guennadi Seleznev.

Saddam Hussein afirmou também que Rússia, China e Índia são aliadas dos muçulmanos, sobretudo devido à sua postura frente "ao sionismo e aos Estados Unidos".