``Mais um Dia das Maes com Naya fora da cadeia e mais um Dia das Maes em que as moradoras do Palace 2 passam fora de seu lar', protestou Rauliete Barbosa, presidente da Associaçao das Vítimas do Palace 2. A associaçao está planejando para a próxima semana um protesto, no centro da cidade, pedindo a puniçao de Sérgio Naya. Já foi solicitada à subprefeitura autorizaçao para a manifestaçao. Serao colocados oito caixoes em frente ao fórum e distribuídos mais de 50 mil panfletos de um helicóptero pedindo a agilizaçao do processo. Na esfera criminal, a intençao dos ex-moradores é que Naya seja julgado em Brasília e nao no Rio.
``Na época do acidente, ele era parlamentar e teria que ser julgado em foro privilegiado (STF). Em Brasília, ele teria menos chances de recursos. Para Naya, quanto mais demorar melhor. Ele quer nos vencer pelo cansaço', explicou Rauliete. Sérgio Naya vai ser julgado por desabamento doloso seguido de morte. A associaçao pretendia que ele fosse condenado por homicídio doloso.
Quase um ano e meio depois da tragédia, 50 famílias continuam hospedadas nos quartos do Hotel Atlântico Sul. O comerciante Rômulo Sobreira é um dos que estao nesta situaçao. Ele divide, com mais quatro pessoas, um quarto de 20 m2. ``Antes disso já passamos por três motéis diferentes. Tenho uma filha de cinco anos que já passou por situaçoes constrangedoras', afirmou. A mulher de Iran ainda foi obrigada a fazer uma cirurgia nas unhas, que foram atingidas depois de passar vários dias procurando os pertences da família no meio dos escombros.
A professora Ady Monteiro de Barros ironizou a data: ``Será que ele se lembra da mae sem remorso? Será que ela estaria satisfeita com que ele está fazendo?'. Semana passada, ela quase perdeu o marido com uma hemorragia intestinal. ``O estado de saúde dele piorou muito com estresse'. Hoje, Ady nao recebeu a visita dos dois netos. Segundo ela, eles nao gostam de ficar presos no quarto do hotel.
Já o empresário Iran Barros acredita na justiça. ``O tempo passa e a angústia vai aumentando, mas nao podemos perder a esperança'. Atualmente, ele divide o apartamento com a mulher e duas filhas, de 17 e 20 anos. ``Perdemos nossa privacidade, todos os documentos e também o histórico da família se foram. Por falta de documentaçao, estou com problemas até para conseguir minha aposentadoria', lamentou.
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