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Equador: julgamento contra presidente não tem apoio total do Congresso
Do Diário OnLine
Com AFP
05/11/2004 | 21:46
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O julgamento político mediante o qual a oposição tentaria o impeachment do presidente do Equador, Lucio Gutiérrez, por supostos crimes de peculato e suborno, não obteve apoio total do Congresso, onde alguns partidos consideraram que se trata de uma chantagem. Partidos como a Democracia Popular (DP, democrata-cristã), o Partido Socialista (PS), o Partido Roldosista Equatoriano (PRE, populista, de Abdalá Bucaram) e o Partido Renovador Institucional Ação Nacional (PRIAN, populista, do multimilionário Alvaro Noboa) negaram-se a participar do processo. Os quatro e inclusive os deputados independentes anunciaram que não compartilham essa idéia contra Gutiérrez.

A oposição ao atual governo do Equador apresentou na quinta-feira o pedido de julgamento político no Congresso Nacional, assinado pelos partidos Social Cristão (PSC, direita), Esquerda Democrática (ID, social-democrata), Movimento Pachakutik (indígenas), Movimento Popular Democrático (MPD, esquerda), Socialista (PS) e alguns independentes. Vinte e cinco deputados assinaram o documento, autenticado em um cartório da capital.

Para que o presidente seja destituído, é preciso o voto de 67 dos 100 deputados. Gutiérrez, cujo fim de mandato está previsto para 15 de janeiro de 2007, garante que a acusação é uma vingança do ex-presidente León Febres Cordero (1984-1988), por ter ordenado a cobrança de dívidas de sua família com o fisco. O presidente é acusado de mal uso de verbas públicas durante uma campanha eleitoral, o que nega.

O presidente, coronel do Exército da reserva e engenheiro civil, 47 anos, convocou os 12,2 milhões de habitantes a se unirem para defender a democracia equatoriana. Depois da entrega da petição, houve uma manifestação de apoio a Gutiérrez em frente ao Congresso, na qual manifestantes carregavam cartazes com a mensagem "León deixe a Nação em paz", em referência ao agora deputado León Febres Cordero, impulsionador do processo.

O presidente revelou na quinta-feira à imprensa que a dívida da família Febres Cordero com o Estado chega a US$ 110 milhões e está há cerca de cinco anos sem pagamento. "Eu adverti a Nação que cobrar essas dívidas levaria a uma onda de ataques ao Presidente da República", afirmou. Gutiérrez acrescentou que o grupo de Febres Cordero se nega a pagá-las, apesar de ter dinheiro para isso e viver em mansões luxuosas.

EUA - Os Estados Unidos já declararam, nesta sexta, apoio a Gutiérrez. E eles advertiram que as tentativas de destituí-lo enfraquecem a economia local, que baseia-se na exportação de petróleo.

Os americanos negociam um acordo comercial com Equador, Peru e Colômbia.




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