O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), revelou a existência de escutas no seu aparelho celular e nos telefones da sua residência e do seu escritório em São Paulo. A PF (Polícia Federal) foi acionada. A segurança da Câmara também foi comunicada para investigar se há grampos em seu gabinete no Congresso Nacional.

Ele faz idéia de quem estaria interessado em descobrir algo. No entanto, o deputado descartou a possibilidade do envolvimento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Ricardo Izar criticou recentemente a interferência do STF (Supremo Tribunal Federal) nas ações do Conselho de Ética. Ele também, em nenhum momento, escondeu sua intenção de colocar em votação, de qualquer maneira, o processo de cassação contra o deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro e ex-braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dirceu é acusado de quebra de decoro parlamentar por suposta coordenação do chamado 'mensalão'.

Outras suspeitas – No início da semana, deputados e senadores acusaram a Adin de investigar e a vida particular de determinados parlamentares. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse na segunda-feira que o governo contratou uma pessoa para espionar sua família em Manaus. Na terça foi a vez do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) afirmar que está sendo investigado. O relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também suspeita estar na mira dos investigadores.