“Não marcamos prazo para acabar com o trabalho infantil no Brasil e, se não tem prazo, não é abolição, é assistência. O mesmo se pode dizer da prostituição infantil. Temos programas para cuidar das meninas prostituídas. Mas, apesar de toda a beleza da assistência, isso não é suficiente. O Brasil ainda não completou o ciclo da abolição da escravatura iniciado com a Lei Áurea em 1888. Os escravos libertos no século 19 são os pobres de hoje que não têm emprego, não têm o que comer e vivem em favelas, que nada mais são do que senzalas revisitadas”, declarou.
O ex-ministro continuou com suas críticas à administração Lula, dizendo que não falta verba para os programas sociais. “Um país que tem R$ 1,6 trilhão de renda nacional, que tem um terço desta renda nas mãos do Estado, mesmo que tenha que gastar quase 30% disso para pagar dívida, é um país que já tem o dinheiro necessário para impedir que crianças tenham que trabalhar ao invés de ir à escola”.
Buarque avaliou que o governo precisa de uma “revolução nas prioridades no uso dos recursos públicos”. Ele disse que o local certo para ela acontecer é na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. “É ali que se decide onde gastaremos o dinheiro: se em obras de luxo ou em obras necessárias, se em incentivos a setores privilegiados ou em benefícios aos necessitados”, declarou, citado pelo site do TST.
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