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Agricultura será valorizada no ano 2000
Do Diário do Grande ABC
28/10/1999 | 18:03
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A melhora da capacidade gerencial dos recursos humanos é mais importante para o desenvolvimento da agricultura da América Latina e do Caribe do que aumentar a competitividade, a produtividade ou a tecnologia, afirma o gerente do departamento técnico do Instituto Interamericano para a Agricultura, Gerardo Escudero. ``A partir de 1 de janeiro de 2000 temos que ver a agricultura como a noiva mais atraente e desejada com quem todo mundo quer se casar', disse à margem da X reuniao da Junta Interamericana de Agricultura, que reúne em Salvador delegaçoes de 34 países, 24 delas representadas pelo titular da pasta, para falar dos desafios que enfrenta o setor com vistas à nova rodada de negociaçoes na Organizaçao Mundial do Comércio (OMC).

A delegaçao brasileira está recolhendo apoio para que no final da reuniao, nesta quinta-feira, os participantes firmem uma carta que contenha uma posiçao comum ante a nova Rodada do Milênio, que deve ser lançada na III Conferência Ministerial da OMC em Seattle, Estados Unidos, no final de novembro.

Após citar uma série de cifras dos resultados do setor no PIB dos países latino-americanos e caribenhos, que se eleva a 3% e representa quase uma terça parte do sistema agroalimentar mundial, Escudero disse que para cada ``peso que a sociedade gasta comprando no exterior, o agricultor poe noventa centavos para pagá-lo'. ``A cada dólar gerado na agricultura, a economia gera quatro', afirmou. ``Nunca um país desenvolvido cresceu com uma agricultura deficiente', ressaltou.

Também se lamentou que num setor que gera mais de 59 milhoes de empregos e cuja melhora do tratamento da biodiversidade pode representar nos próximos dez anos para América Latina 110% do PIB da agricultura da regiao, nao haja investimento suficiente na educaçao dos agricultores ou na tecnologia.

Apesar de ser a regiao que se integrou mais rapidamente na economia globalizada, Escudero compara o seu atraso com um triângulo ``da morte' que se materializa em problemas do ``século XIX', pois o índice populacional de 40% nao supera o limiar da pobreza, devido a má distribuiçao da riqueza e conseqüente atraso educacional e tecnológico que castra a competitividade.




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