O desmatamento e a queimadas influenciam a seca forte que atinge o Estado do Amazonas, segundo o coordenador da Campanha de Clima da ONG (Organização não-governamental) Greenpeace, Carlos Rittl. Segundo ele, 75% das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa vêm de queimadas e desmatamentos.

"Cinqüenta por cento da chuva que é formada na região amazônica depende da floresta. Em contato com ela, a água das chuvas evapora antes de atingir o solo. Além disso, as árvores também transpiram. Quando você desmata, prejudica a formação das nuvens", afirma Rittl.

 Os meteorologistas do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia) alegam que dois pontos de aquecimento no Oceano Atlântico seriam os responsáveis pela estiagem, já que ao provocar chuvas sobre o oceano, eles empurrariam massas de ar frio sobre o Estado, inibindo a formação de nuvens sobre a região.

Cerca de 32 mil famílias que vivem na beira de igarapés (pequenos rios afluentes) e lagos estão isoladas, segundo levantamento da Defesa Civil Estadual.

De acordo com o Greenpeace, a Amazônia Brasileira já perdeu quase 17% de sua cobertura florestal devido, principalmente, à expansão da agropecuária e à exploração ilegal de madeira.