Duas semanas depois do terremoto que devastou o norte do Paquistão, as organizações humanitárias temem que a ajuda não chegue a tempo para milhares de sobreviventes nas montanhas, ameaçados pelo frio e pelas doenças, apesar da ajuda anunciada pela Otan.

Em um novo apelo feito neste sábado para a mobilização internacional nesta dramática contagem regressiva, os representantes da ONU no Paquistão pediram com urgência mais 50 helicópteros, além de tendas, água e calefação, bem como equipes médicas.

Nas regiões devastadas de Balakot, norte do Paquistão, e de Muzaffarabad, na Caxemira paquistanesa, as equipes de socorro trabalham sem descanso desde 8 de outubro para proporcionar alojamento, alimentos e cobertores aos cerca de três milhões de desabrigados.

Mas milhares de camponeses não se beneficiam desta ajuda, muito difícil de levar por causa do terreno acidentado nesta região do Himalaia, onde várias casas ficam nas encostas das montanhas, além de estarem dispersas uma das outras.

"Mesmo que disponhamos de um helicóptero, onde irá aterrissar?", interrogava-se Olivier Moeckli, porta-voz do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha).

Segundo a ONU, de 10% a 20% dos povoados afetados ainda não receberam ajuda, apesar do rodízio incessante de cerca de 80 helicópteros paquistaneses, americanos, alemães e japoneses, que lançam pacotes e medicamentos e evacuam os feridos.