Com o resultado do leilao, as duas empresas têm condiçoes de formar a maior empresa telefônica do país. "Neste momento, ainda há muito trabalho diante de nós para que nos tornemos a maior empresa do setor no Brasil", afirmou Mike Lisogurski, vice-presidente da Bell Canada International, após o leilao.

A Bell Canada e a WLL têm, respectivamente, 35,3% do controle da Megatel. Os outros sócios sao a norte-americana Qualcomm, com 16,6% de participaçao, e o grupo argentino Libermann, com 12,8% do total do controle.

Cobertura - Para vencer o consórcio Rio de La Plata na disputa pela licença, o Megatel elaborou uma proposta de cobertura telefônica ousada. O compromisso mínimo do grupo é, até o fim do ano, atender a 52% de todas as cidades com mais de 200 mil habitantes no estado, com uma proporçao de 3,37 aparelhos por 100 habitantes. Até o ano 2002, o consórcio espera atender a 100% destes municípios, colocando à disposiçao 5,53 aparelhos por 100 habitantes.

O diretor da Agência Nacional de Telecomunicaçoes (Anatel) Luiz Tito Cerasoli calculou que a proposta significa a instalaçao de mais 1,1 milhao de aparelhos até o fim do ano 2001.

O Megatel ofereceu o preço mínimo estipulado pela Anatel para concorrer na disputa, de R$ 70 milhoes - mesmo valor da oferta do Rio de La Plata. Cerasoli lembrou, no entanto, que nesta concorrência o mais importante era o atendimento ao público, e nao os recursos que serao arrecadados para o governo.

Pela proposta do Rio de La Plata, em três anos, o grupo conseguiria instalar 3,2 aparelhos por 100 habitantes, ou 600 mil novos telefones, de acordo com Cerasoli. O consórcio derrotado vai estudar até a quarta-feira se recorrerá do resultado do leilao. O Rio de La Plata é controlado pela empresa MTC, com sede no Brasil mas controle do grupo argentino Macri.

Alternativas - Também na quarta-feira, a Anatel vai decidir qual alternativa usará para escolher a empresa que concorrerá com a Tele Centro Sul e a Companhia RioGrandense de Telecomunicaçoes (CRT). Será a última empresa- espelho a ser criada pela agência. Cerasoli informou que um novo leilao está descartado, pelo tempo que o processo levaria.

O diretor da Anatel informou que o mais provável é que a agência realize um "chamamento público" para os interessados em explorar a nova empresa-espelho, e altere algumas condiçoes de competiçao. Entre as mudanças possíveis, estao a eliminaçao de exigência de um preço mínimo e a estipulaçao de novos prazos para que a companhia entre em operaçao.

Por enquanto, o prazo é até o fim deste ano. Outra possibilidade é a divisao da área que seria coberta pela última espelho em várias regioes, para ser distribuída a mais de um interessado.