Uruguai comemorou neste domingo os 50 anos da histórica final da Copa do Mundo de 1950. Desde homenagens oficiais a lançamentos de livros, diversos acontecimentos alusivos à vitória de 2 a 1 do Uruguai sobre o Brasil, em pleno Maracana - resultado que deu o segundo e último título mundial aos uruguaios -, marcaram o domingo em Montevidéu, capital do país. A data, marcante para o povo uruguaio, é motivo de orgulho nacional.

Os dirigentes da AUF, Associaçao Uruguaia de Futebol, se reuniram no Panteao dos Olímpicos - local construído para celebrar os heróis nacionais no esporte que morreram - e prestaram homenagem a sete jogadores já falecidos que fizeram parte da Celeste Olímpica de 50. Já em uma exposiçao comemorativa do centenário de fundaçao da AUF, os outro nove jogadores do elenco, entre eles os autores dos gols Schiaffino e Ghiggia, também foram agraciados com uma homenagem de reconhecimento e gratidao pela maior conquista do futebol uruguaio.

O Parlamento uruguaio nao vai ficar de fora das festividades. Como a data caiu num domingo, a Câmara dos Deputados agendou uma sessao especial para esta semana - em princípio, na próxima sexta-feira -, na qual será feita uma mençao ao acontecimento esportivo histórico.

Em um moderno centro comercial de Montevidéu, foi inaugurada uma escultura realizada pelo artista francês Meckert Gilbert especialmente para a ocasiao.

O cinqüentenário do Maracanazo também foi abordado pelos jornais uruguaios. Em suas ediçoes dominicais, todos dedicaram suplementos especiais, incluindo fitas de vídeo com imagens da conquista. O diário El País destacou em sua manchete que "a cada dia que passa torna maior a dimensao da epopéia celeste". Em uma coluna, o jornalista esportivo Jorge Savia afirmou ser injusta com o selecionado uruguaio a conotaçao dada pelo próprio povo de que o triunfo pode ser comparado ao do embate bíblico de Davi sobre Golias.

Já o El Observador também fez referências ao triunfo do "pequeno" contra o "grande", mas com sentido político, destacando que o Uruguai ainda é um pequeno ponto no mapa geopolítico. O diário abriu espaços também aos leitores. Uns superdimensionavam o acontecimento, alçado a momento mais importante da história uruguaia, enquanto outros lamentavam o fato do povo viver de recordaçoes.