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Ford quer os ‘órfãos’ da Dakota
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
29/05/2001 | 17:09
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Os motores a gasolina respondem por apenas 15% do mercado brasileiro de picapes médias, mas a Ford resolveu dar um “empurrãozinho” no segmento. Com o lançamento de dois novos propulsores (2.3 16V de 137 cv e V6 4.0 de 210 cv), que passam a equipar a Ranger a partir de junho, a montadora espera dobrar o volume de vendas de picapes movidas a esse combustível.

Com o propulsor 2.3 16V, que substitui o 2.5 utilizado desde 1997, a Ford pretende atrair os frotistas que apostam na picape para o uso urbano e dispensam um acabamento mais sofisticado. No caso do motor V6 4.0, que sofreu aperfeiçoamentos em relação ao V6 anterior, o objetivo da montadora é mais ambicioso: seduzir os “órfãos” da picape Dakota V8, cuja produção em Campo Largo (PR) foi interrompida pela Chrysler. Neste caso, a Ranger surge como herdeira natural, seja pelo desenho esportivo, seja pela motorização em “V”.

O motor 2.3 16V faz parte da nova geração Duratec – que equipa, entre outros modelos, o recém-reestilizado Mondeo. Dotado de bloco, cabeçote e cárter produzidos em alumínio, o propulsor traz como inovação tecnológica o coletor de admissão em plástico dotado de válvula de turbilhonamento, que proporciona melhor fluxo de alimentação. O motor V6 4.0, que também equipa a nova Explorer, apresentada no Salão de Detroit deste ano, recebeu um novo bloco de ferro fundido para conferir redução de peso.

Como resultado das modificações, a Ford conseguiu otimizar as curvas de torque e potência das duas versões. Em que pese a redução na cilindrada, o motor 2.3 16V possui 16 cv a mais do que o propulsor 2.5 que equipava a Ranger. No caso do propulsor V6 4.0, o acréscimo é ainda mais significativo: são 48 cv de potência a mais do que o antigo V6 4.0.

O Diário avaliou os novos motores que equipam a Ranger em um percurso de aproximadamente 40 km ao longo da rodovia Anchieta. Logo nos primeiros metros, chamou a atenção a ótima curva de torque, tanto no 2.3 16V quanto no V6 4.0, que proporcionam respostas ágeis mesmo em baixas rotações. No primeiro caso, cerca de 90% do torque máximo (21,2 kgfm) está disponível já a partir de 2 mil rpm, o que dá à Ranger 2.3 16V a dirigibilidade necessária para encarar o trânsito urbano e operações de trabalho.

Apesar do acréscimo de potência e torque proporcionado pelos novos motores, o consumo de combustível mantém-se aceitável se comparado a modelos similares. Segundo a Ford, as versões com motor 2.3 16V fazem 7,7 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, enquanto o motor V6 4.0, por sua vez, alcança 6 km/l no percurso urbano e 8,7 km/l na estrada.

Outra característica perceptível nas novas versões da Ranger é o baixo nível de ruído interno, obtido com a utilização de uma nova divisória entre o compartimento do motor e o habitáculo do veículo. Trata-se de um sanduíche de plástico revestido por chapas de metal que, além da função acústica, também contribui para o isolamento térmico.

A suspensão da Ranger também sofreu modificações, com o objetivo de proporcionar mais conforto aos ocupantes da picape sem prejudicar o desempenho em operações pesadas. Para tanto, as molas semi-elípticas, assim como a barra de torção e os amortecedores traseiros, foram recalibrados.




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