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Grande ABC chega a 8% do PIB do Estado
Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
12/06/2004 | 23:34
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"O Grande ABC tem participação de aproximadamente 8% no PIB (Produto Interno Bruto) de São Paulo. Um dado muito importante, uma vez que o PIB do Estado é o primeiro do país, com participação de 35% no PIB nacional.” A declaração é do professor de Teoria Econômica do Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano) Marcos Antonio Biffi. Segundo ele, somente as cidades de Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, com forte predominância industrial, ultrapassam juntas os 6% de participação regional do Grande ABC no PIB estadual. São Caetano, por sua vez, com seu setor de serviços bem fortalecido, contribui com 0,78% nesta soma do Produto Interno Bruto regional. “A vocação dos municípios fica explícita com a importância que cada setor tem para a composição de seu PIB.”

Em contrapartida, os números do PIB per capita no Grande ABC, em dados da Prefeitura de Santo André de 2000, apresentam um outro quadro. Cabe ressaltar que na análise do PIB per capita ocorre a divisão das riquezas de determinado país, região ou cidade pelo seu número de habitantes.

Assim sendo, temos em primeiro lugar na região o PIB per capita de São Caetano, que é de US$ 13.199 (população de 133.321 habitantes), seguido por São Bernardo, com US$ 11.820 (723.132 habitantes). Depois vêm Diadema, com PIB per capita de US$ 7.617 (335.078 habitantes), e Santo André, em quarto, com PIB per capita de US$ 4.683 (630.073 habitantes). Os PIBs seguintes são: Mauá, com US$ 4.368 (375.055 habitantes), Ribeirão Pires, com PIB per capita de US$ 3.368 (108.121 habitantes), e Rio Grande da Serra, com US$ 1.876 (38.500 habitantes).

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB do Brasil cresceu 1,6% no primeiro trimestre, comparado ao trimestre anterior. Se o Brasil mantiver a média do primeiro trimestre deste ano, o país deverá fechar o ano com crescimento do PIB na ordem de 6,5%.

O Brasil tem hoje cerca de 10 milhões de desempregados, de acordo com o IBGE. Como afirma o professor doutor do Departamento de Economia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), de São Paulo, Antonio Corrêa de Lacerda, o PIB brasileiro necessita realmente crescer, no mínimo, 5% no encerramento deste ano, média que deve ser mantida nos anos seguintes, a fim de que se dê conta dos 10 milhões de desempregados atuais e, ao mesmo tempo, assimile os cerca de 1,5 milhão de trabalhadores novos que ingressam no mercado todos os anos. “Isto não quer dizer que não estejamos no caminho certo. Neste ano podemos observar que há crescimento sustentável, depois de 20 anos de estagnação.”

De acordo com o professor do Departamento de Economia da FEA/USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) Guilherme Dias, em termos internacionais, o levantamento do PIB iniciou-se nos anos 30, em países europeus, o que foi interrompido no final da década de 30, por conta da Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945.

Terminada a guerra, a ONU (Organização das Nações Unidas) puxou para si o trabalho de estimular os países a fazerem o levantamento de suas riquezas, ditando inclusive várias regras para essas ações.

Segundo Dias, o primeiro levantamento do PIB no Brasil ocorreu no final da década de 40, mais precisamente em 1947, feito inicialmente pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), do Rio de Janeiro, que havia sido criada em 1943. A operação foi realizada pela FGV daquela data até 1989, quando o Banco Mundial sugeriu que o levantamento passasse a ser feito por uma entidade ligada ao governo. A partir daí, houve a transferência da operação da FGV para o IBGE, que retomou seu grupo de Contas Nacionais.

Segundo o gerente de bens de serviços do IBGE, Gelio Bazoni, nos primeiros anos vários ajustes tiveram de ser feitos, uma vez que as Contas Nacionais estavam com a FGV, porém, as matrizes de subprodutos (um item que integra as contas nacionais e que faz levantamentos mais setorizados da economia) pertenciam ao IBGE. Segundo Bazoni, para se levantar as Contas Nacionais é preciso levar em conta as vertentes formais e também informais. “Às vezes, o levantamento informal pode envolver dados da ilegalidade, mas não deve ser descartado.”

Segundo Bazoni, no levantamento do PIB brasileiro computa-se também o contrabando de pedras semipreciosas, de relógios eletrônicos e outros itens.




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