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Torcedores fecham a avenida Goiás
Landa Xavier
Do Diário do Grande ABC
17/12/2000 | 21:36
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Quem tentou passar domingo à tarde, após o jogo, pela avenida Goiás, em Sao Caetano, teve muita dificuldade. Aos gritos de "é campeao... é campeao", a torcida do Azulao, que nao se continha, fechou a rua. E nao é para menos: afinal qual o time que em apenas 11 anos de história saiu da segunda divisao e conseguiu chegar à final de um campeonato nacional?

"O que está acontecendo aqui só pode ser comparado aos jogos do Brasil na Copa do Mundo", afirmou Francisco de Assis Costa, há 4 anos funcionário do Bar Zangao, eleito o point da torcida para assistir o jogo. E por falar em mundo, é exatamente isso que os moradores de Sao Caetano agora almejam. Em coro eles diziam: "nao é mole nao, ano que vem, nós vamos para o Japao".

Sem quase acreditar na façanha da equipe, o torcedor Paulo César Codato, 37 anos, gritava: "esse dia vai ficar marcado para sempre. Agora nao tem para ninguém, que venha qualquer um", disse, referindo-se ao Vasco ou Cruzeiro. Quando questionado sobre sua profissao, o torcedor limitou-se a dizer: "eu amo o Azulao e a minha vida é torcer para ele".

Exageros à parte, a palmeirense Priscila Armani, 17 anos, diz que se o Palmeiras fosse o adversário do Sao Caetano no jogo de domingo, nao iria saber para quem torcer. "Sempre torci para o Verdao, mas depois dessa campanha maravilhosa do Azulao acho que o meu coraçao vai mudar de cor", confessa.

Nao muito longe dali, no Du Boiê Bar, a emoçao também foi forte. Prejuízo para a casa, que a cada gol do Sao Caetano, distribuia uma rodada de chopp de graça. O torcedor Antonio Carlos, morador da cidade há mais de 30 anos, afirmou que se o time comandado por Jair Picerni continuar assim o coraçao nao aguenta. "É muita felicidade para um campeonato só", disse emocionado.

Mas se engana quem acredita que, do Grande ABC, só os moradores de Sao Caetano estao torcendo para o Azulao. O químico Paulo Galvao, 38 anos, de Santo André nao disfarçava a felicidade de ter um representante da regiao na final do campeonato. "Agora, somos todos uma única equipe. E estaremos no Japao."

O pequeno Igor Carvalho, 11 anos, nasceu no mesmo ano que o Sao Caetano, mas provou que, assim como o Azulao, entende muito bem de futebol. "O Leao tem de convocar o Adhemar para a Seleçao, ele bate um bolao."




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