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OCDE: perspectivas sao negativas para América Latina
Do Diário do Grande ABC
18/05/1999 | 10:24
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As perspectivas econômicas a curto prazo para a América Latina ``sao bastante sombrias e os riscos, em sua maioria, negativos', estima a OCDE, que, apesar de tudo, conta com uma ``leve recuperaçao no ano 2000'.

Em seu informe semestral, publicado nesta terça, a Organizaçao para a Cooperaçao e Desenvolvimento Econômico (OCDE) enfatiza que, com uma baixa do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% em 1999, ``o Brasil sofrerá uma profunda recessao', que arrastará a Argentina (igual queda de 3% do PIB).

No entanto, o novo plano do Fundo Monetário Internacional (FMI), adotado em março, no Brasil, ``freou a depreciaçao da taxa de câmbio e criou as condiçoes para a volta da confiança', indica a organizaçao, que constata que, ``por ora, o governo cumpre com suas promessas orçamentárias'.

Se o Brasil ``conseguir restaurar sua credibilidade', principalmente em relaçao ao setor privado, ``a recuperaçao poderá se iniciar no ano 2000', com uma alta do PIB de 2% (2,5% na Argentina), estima a OCDE. Segundo a Organizaçao, ``o principal sinal positivo de um restabelecimento da credibilidade será uma baixa significativa das taxas de juros reais em 1999'. Se a taxa de câmbio do real se estabilizar, ``a inflaçao poderá ficar estável em torno dos 15% antes do final do ano' (10% em 2000).

Mas ``a principal fonte de preocupaçao continua sendo a dívida pública'. ``Se as autoridades nao conseguirem dominar o endividamento por falta de uma baixa suficientemente forte das taxas de juros, uma monetizaçao possível do déficit público poderá ativar o processo inflacionário', adverte a OCDE.

Já ``deprimida' pelas taxas elevadas, a Argentina sofre ``as repercussoes mais fortes da crise monetária do Brasil'. Na Argentina, ``poderá ser necessário um endurecimento orçamentário, num momento em que o desemprego aumenta e se multiplicam as demandas de subvençoes em favor de setores de exportaçao deprimidos', estima a Organizaçao. Mas, geralmente, uma ``alta' na recuperaçao brasileira ``teria certamente como resultado o início da solvência da regiao da América do Sul'.

Além disso, nesta regiao ``será imperativo evitar os orçamentos excessivos', acrescenta a OCDE, que, apesar de tudo, observa um ponto positivo na crise: ``Os déficits da balança da conta corrente, principal ponto frágil dos países da América do Sul, serao reduzidos em 1999, mas essencialmente através de uma reduçao brutal das importaçoes'.




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